Seleção do Núcleo de Línguas Fátima terá húngaro como nova opção de curso

5 de abril de 2018 - 18:50

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O próximo edital de seleção do Núcleo de Línguas Fátima, previsto para ser divulgado em maio e com o início das aulas em agosto, terá o Húngaro como nova opção no processo seletivo. Esse é o nono idioma oferecido pelo Núcleo, que também possui Inglês, Francês, Espanhol, Italiano, Alemão, Latim, Japonês e Libras. No total, as turmas contam com cerca de 1.300 alunos.

Atualmente, a primeira turma de Húngaro, com cerca de 20 alunos, já está em atividade, fruto de parceria com a Eötvös Loránd University, da Hungria. Esse é o segundo curso da língua oferecido no País por meio de convênio com a instituição – o outro é da Universidade de São Paulo (USP). O preenchimento das vagas foi feito por ordem de chegada.

De acordo com o coordenador do Núcleo de Línguas Fátima, João Artur Rocha, o curso possui, atualmente, seis semestres de duração. Ele ressalta a importância do aprendizado da língua, pois, em razão da parceria entre a Universidade Estadual do Ceará (Uece) e a instituição húngara, há boas possibilidades de estudantes cearenses realizarem intercâmbio na Hungria. “Lá possui o maior número de alunos, na Europa, estudando a Língua Portuguesa”, comenta.

O professor leitor de Língua e Cultura Húngara, Bálint Urbán, que ministra as aulas do curso, avalia que uma das dificuldades dos estudantes brasileiros no aprendizado do húngaro está na pronúncia. “A base fonética do húngaro é muito diferente da base fonética do português do Brasil”, explica.

Além disso, a própria estrutura da língua é outro desafio. “(O húngaro) é uma língua aglutinante (…) isso causa dificuldades para eles compreenderem que certas funções gramaticais existentes no português, francês ou inglês que se expressam, por exemplo, com preposições, no húngaro se utilizam sufixos, que vão ficar colados no fim da palavra”, exemplifica.

A complexidade em aprender a língua é corroborada pela coordenadora do curso de Inglês do Núcleo de Línguas Fátima e uma das alunas de húngaro, Valéria Mello. “É muito difícil e você tem que estar muito atenta, pois, na pronúncia, nada parece com nada”, afirma. Entretanto, ela vai persistir no aprendizado, pois planeja participar de meia-maratona em Budapeste no mês de setembro.

E para quem ficou interessado em fazer intercâmbio na Hungria ou mesmo visitar o País da Europa Central, Bálint Urbán dá algumas dicas. Uma das diferenças culturais está na forma de as pessoas se relacionarem. “O calor humano aqui é muito mais visível, faz parte da cultura. Lá é mais reservado. O primeiro contato entre pessoas desconhecidas pode ter um aperto de mão, mas não abraços, beijinhos, nada disso. É mais formal, reservado. Entre amigos, claro, há mais proximidade”, compara.

Sabe aquele “psiu!” típico do cearense para chamar um amigo, um desconhecido ou mesmo um garçom? Segundo Balint, “isso na Hungria é extremamente ofensivo, mesmo entre amigos (…) e um garçom ficaria super ofendido por isso.” Nesses casos, ele recomenda se dirigir pelo nome ou fazer contato visual. Então, fica a dica e “jó utat” – para quem não entendeu, “boa viagem” em húngaro!