Residência em saúde prepara profissionais com habilidades técnicas e socioemocionais

30 de novembro de 2021 - 14:19 # # #

O I Encontro de Residência em Saúde ocorreu na programação geral da XXVI Semana Universitária

Mais do que qualquer outra categoria profissional, os trabalhadores da área da saúde foram exigidos e postos à prova desde o início da pandemia de covid-19, há quase dois anos. O cenário difícil expôs a necessidade já existente de formar profissionais da saúde com conhecimentos científicos e habilidades técnicas e socioemocionais, perfil que é ainda mais desenvolvido e lapidado por meio das residências em saúde. “Os residentes da área da saúde devem ter como objetivos desenvolver a empatia, preparar-se para atuar em equipe multidisciplinar, a evolução da saúde em função da ciência e a educação continuada. Sem educação, não tem transformação da saúde”, destacou o Professor Fernando Leandro dos Santos, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). O professor foi um dos participantes da mesa redonda “Programas Uni e Multiprofissionais: Experiências na Prática”, do I Encontro de Residência em Saúde da Universidade Estadual do Ceará (Uece), ocorrido de forma virtual na última sexta-feira (26), durante a Semana Universitária.

O evento foi mediado pelo professor Paulo Bersano, da Faculdade de Veterinária da UECE, e também contou com a participação do professor Jefferson Ferreira (UECE) e dos profissionais da área, residentes e ex-residentes, Antonio Andrews Silva Saraiva (UECE); Carlos Eduardo Bastos Lopes (UFMG); Fábio Ranyeri (UnB-DF); Jéssica Brandão (UECE); José Edmilson Silva Gomes (ESP–CE); Vasleca Sousa (ESP-CE); e Raquel de Maria Carvalho Oliveira Farias (UECE). “O objetivo do I Encontro de Residência em Saúde foi promover esse debate sobre a relevância da residência na área da saúde, incentivar a troca de experiências e conhecer o funcionamento de diferentes programas de residência”, explicou o professor Paulo Bersano, durante a abertura do evento, que foi transmitido ao vivo e está disponível no canal da UECE no YouTube.

Na ocasião, o professor Leandro dos Santos fez um breve histórico do surgimento e da evolução das residências em Veterinária e destacou que essa área do conhecimento possui papel fundamental para a saúde pública, sendo cada vez mais necessário reforçar o trabalho das equipes multidisciplinares. “Quando você atua em equipe, você potencializa os resultados, você consegue aliar os conhecimentos para obter um benefício em prol da sociedade. Então, naquilo que a Veterinária pode contribuir, ela tem que estar presente. Os veterinários compreendem as doenças e as formas de transmissão, podendo contribuir muito para a sociedade, para melhorar a situação de vida das pessoas, seja no controle das arboviroses ou no treinamento das equipes de vigilância do sistema de atenção à saúde. O veterinário é, por natureza, um estrategista para manter a saúde. Nessa visão, podemos contribuir muito para a saúde pública”, afirmou. “É importante destacar que a residência é um programa para a qualificação profissional para atuar no mercado de trabalho. Então, os residentes têm que estar na frente de trabalho”, acrescentou.

O egresso do programa de residência da UnB, Fábio Ranyeri, reforça a avaliação do professor Leandro dos Santos ao lembrar que a Veterinária possui um trabalho associado com a vigilância epidemiológica, auxiliando no diagnóstico de doenças que são de interesse para a saúde pública.

Experiência e segurança

Ranyeri considera que a residência profissional “foi uma das melhores experiências” que poderia ter tido, pois foi possível aprofundar conhecimentos e ganhar experiência na prática. “A residência te ajuda a se sentir realmente responsável por aquele diagnóstico. Então, você vê que é capaz”, disse.

A ampliação dos conhecimentos teóricos e práticos também foi exaltada pelos demais participantes da mesa redonda. “Quando eu me formei, eu me sentia inseguro para ingressar no mercado de trabalho sem a experiência prática fornecida pela residência”, contou Carlos Eduardo. “A residência foi uma experiência muito melhor do que eu imaginava. Na graduação, a gente acaba um pouco deslocado da parte da saúde pública, que podemos conhecer a fundo na residência. Por isso, eu digo para todo mundo que vale a pena ingressar na residência”, acrescentou Andrews Saraiva.

Vivência

A residente de enfermagem Jéssica Brandão, também destaca que a residência proporciona uma vivência importante para a prática profissional em diversos campos, seja na assistência ou na docência.

Para a enfermeira Raquel Farias, são várias as contribuições da residência em saúde para a qualificação profissional e para a melhora da qualidade da assistência à população. “Na obstetrícia, por exemplo, onde atuo, a residência é fundamental para nos proporcionar experiências que geram contribuições importantes que levamos ao campo, sempre buscando a humanização, a assistência baseada em evidências e a vivência do parto da melhor forma possível”, contou.

Objetivo principal

A coordenadora Pedagógica do Programa de Residência da Escola de Saúde Pública do Estado do Ceará (ESPCE), Valesca Sousa, lembrou que a residência possibilita aos profissionais, sobretudo aos recém-formados, o acesso ao mercado de trabalho e o desenvolvimento de habilidades profissionais dentre um espaço protegido no qual também há oportunidade de formação teórica. “A residência também possibilita o desenvolvimento da habilidade de trabalhar em equipe, de entender o que o outro faz e quando ele pode ser acionado para, no fim das contas, garantir a integralidade assistencial, que é o nosso objetivo principal”, finalizou.