Plano de Segurança da Uece é construído de forma democrática e aprovado pelo Consu

16 de setembro de 2019 - 13:21 # # # #

 

O Conselho Universitário da Universidade Estadual do Ceará (Consu/Uece) aprovou no último mês de agosto, o Plano de Segurança da Uece: diretrizes e ações. Elaborado com a colaboração de professores, estudantes e servidores de todos os campi da instituição, parte das ações poderão ser iniciadas imediatamente.

A ideia da criação de um plano de segurança surgiu em 2015, quando foi solicitado, pela Reitoria da Uece à Casa Militar do Ceará, uma proposta de plano, que foi apresentada à Administração Superior e Intermediária da Uece em 2016, após todos os trâmites que se fizeram necessários pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS).

A partir de então, a Uece analisava a melhor forma de adequar o plano ao dia a dia da instituição e, em 2017, foi constituída a Comissão de Segurança, composta por representantes da administração superior, da polícia patrimonial, da guarda privada, dos sindicatos dos Docentes da Universidade Estadual do Ceará (SindUece), dos Servidores Técnico-Administrativos do Ensino Superior Oficial do Estado do Ceará (Sinsesc) e dos Docentes do Ensino Superior Público do Estado do Ceará (Sindesp), por representantes estudantis do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e da Marcha das Mulheres, de Grupo de Pesquisa da Uece e da comunidade externa, por meio da Associação de Moradores da Serrinha.

A Comissão, coordenada pelo vice-reitor da Uece, professor Hidelbrando Soares, estudou o diagnóstico e o plano de segurança apresentado pela SSPDS, e decidiu utilizar uma metodologia de discussão participativa para a elaboração/adequação de uma proposta de plano institucional de segurança a ser submetido aos Conselhos Superiores do Sistema Funece/Uece.

“Um dos compromissos assumidos por este reitorado foi de uma gestão democrática. Questões estratégicas foram, ao longo desses anos, discutidas de forma democrática com a comunidade acadêmica… Com o tema da segurança universitária não poderia ser diferente. Ele atinge a todos, professores, estudantes, servidores e nossos visitantes cotidianos. Sabíamos que a construção coletiva de um plano seria o melhor caminho para garantir sua legitimidade e efetivação como resultado da colaboração de todos, do compromisso de todos”, justifica o coordenador da Comissão de Segurança da Uece.

Com esse pensamento democrático, foram realizados fóruns locais de discussão em todos os campi da Uece, com o intuito de construir momentos reflexivos sobre um tema contemporâneo de grande relevância social, como violência, segurança e insegurança, causas e consequências e ações de enfrentamento e formas de superação no âmbito da comunidade universitária da Uece.

As conclusões de todos os fóruns foram recebidas pela Comissão por meio de relatórios que, em síntese, resultou na construção de três eixos de ações propositivos orientadores para criação do plano institucional: segurança patrimonial, segurança humana e demandas estratégicas.

Com ações voltadas para cada eixo, o Plano de Segurança da Uece foi criado com a colaboração de uma equipe, formada por organizadores técnicos e colaboradores, todos docentes e/ou pesquisadores da Uece, presentes e atuantes desde o início dessa jornada.

Para a colaboradora do Plano e coordenadora do Laboratório de Direitos Humanos, Cidadania e Ética (Labvida/Uece), professora Glaucíria Mota Brasil, a participação de pesquisadores contribuiu muito nesse processo. “O fato de sermos produtores de conhecimento, aliado aos estudos/pesquisas que são realizados pelos nossos grupos de pesquisa/laboratórios, acerca do fenômeno da violência, dos conflitos e da criminalidade na sociedade brasileira, contribuiu e contribui muito na elaboração do Plano de Segurança da Uece”.

Para o organizador técnico do Plano, professor Geovani Jacó de Freitas, que é coordenador do Laboratório de Estudos da Conflitualidade e da Violência (Covio/Uece) e pesquisador associado do Labvida/Uece, o processo foi um desafio que está apenas no início. “O Plano de Segurança Universitária significou o desafio do diálogo dentro de casa, em que a comunidade, da qual os pesquisadores fazem parte organicamente, vira sujeito e objeto, simultaneamente. Este desafio apenas começou”.

Glaucíria Mota Brasil concorda. “Não é algo pronto e acabado, mas sim um ponto de partida pensado e proposto a partir das vivências da Comunidade Universitária e, que no percurso do seu fazer pode ter suas ações/estratégias repensadas, readequadas de acordo com a realidade vivenciada pela comunidade acadêmica. A experiência do vivido no cotidiano universitário deve ser o nosso termômetro!”.

Entre as ações a serem executadas que podem ser destacadas, estão a melhoria da iluminação nos espaços internos e externos dos campi; o aumento no contingente da guarda patrimonial da Universidade, com maior treinamento e preparação dessa vigilância; a substituição das barreiras perimetrais em forma de muros de tijolos por gradil de ferro; a qualificação e urbanização dos espaços dos campi; a criação do Departamento de Segurança Universitária da Uece; assim também como do dia D, destinado à campanha de prevenção aos diversos tipos de violência na Universidade; e do Fórum permanente de segurança universitária.

De acordo com o vice-reitor, “parte dessas ações já podem ser iniciadas imediatamente, outras exigirão uma negociação com o Governo do Estado para garantir recursos de investimento que permitam a plena implantação das mesmas. Já temos uma proposta de MAPP investimento pronto para apresentar ao governador Camilo Santana”, ressalta Hidelbrando Soares.

Com a execução do Plano, a Uece espera ainda equilibrar segurança e liberdade, como explica o pesquisador Geovane Jacó. “O ponto fundamental da gestão da segurança universitária nos campi da Uece será o modo de intermediar e construir este permanente ‘equilíbrio das tensões’ entre os interesses grupais e individuais, sabendo que a democracia se fortalece com ousadia sobre aqueles que não reconhecem o direito às diferenças”.

Com democracia e conhecimento científico, a Uece criou o seu próprio Plano de Segurança. Com ele, espera-se o avanço da qualidade de vida dentro das unidades da Uece, como almeja o vice-reitor Hidelbrando. “Todos nós desejamos que nossos campi sejam mais seguros para todos que trabalham, estudam e frequentam. Um plano construído com forte participação da comunidade tem uma vantagem de partida, o compromisso de todos para o seu pleno êxito. Uma Uece mais segura para pleno desenvolvimento de suas atividades fundamentais: o ensino, a pesquisa e a extensão. É isto que projetamos”.