Pesquisa da vacina contra dengue da UECE é destaque no Livro Verde do Século XXI

19 de setembro de 2011 - 20:25 #

 

 

 

O Bright Green Book ou Livro Verde do Século XXI é uma produção, nascido da parceria entre o EUBRA – Conselho Euro-Brasileiro de Desenvolvimento Sustentável e a ONU-Habitat, o programa de assentamentos urbanos da Organização das Nações Unidas. A publicação destaca os 100 casos de sucesso em todo o mundo que, nos últimos dez anos, contribuíram para impulsionar uma economia verde e serão considerados o avanço tecnológico e a preservação do meio ambiente.

A primeira vacina de origem vegetal para combater os quatro tipos do vírus da dengue, de pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (UECE) foi uma das cinco selecionadas do Brasil. A UECE é a única universidade do Brasil citada no Livro Verde do Século XXI.  Segundo a profa. Dra.Maria Izabel Florindo Guedes, bioquímica responsável pela pesquisa, o processo é totalmente pioneiro.

A vacina para combater os quatro tipos do vírus da dengue busca atender uma necessidade cada vez maior da sociedade, que é o combate à dengue. Atualmente, a dengue é a arbovirose mais comum que atinge o homem, sendo responsável, segundo Organização Mundial de Saúde, por cerca de 100 milhões de casos/ano em população de risco de 2,5 a 3 bilhões de seres humanos. Nesse caso, a nova tecnologia, a primeira de origem vegetal, deverá combater os quatro tipos de manifestação do vírus, incluindo o hemorrágico. 

O feijão de corda (Vigna unguiculata) foi o vegetal utilizado no procedimento para produção de antígenos para combater o vírus da dengue.  No processo, os cientistas injetaram genes do vírus na planta, a qual desenvolveu as proteínas capazes de induzirem a produção de anticorpos de defesas do organismo humano. A partir daí, os antígenos foram isolados, podendo então ser aplicados em forma de vacina.

As vantagens da vacina desenvolvida pelos pesquisadores da UECE são inúmeras, dentre elas, o seu método inovador de produção, baixo custo e redução de reações alérgicas, comuns nas vacinas desenvolvidas em métodos tradicionais, que utilizam organismos vivos e vírus atenuados.

Os resultados obtidos através de testes em camundongos foram positivos; os animais passaram a produzir anticorpos protetores contra a dengue. O próximo passo é iniciar testes clínicos em seres humanos.

A UECE protegeu a pesquisa por meio do seu Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), através de depósito de pedido de patente junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Neste momento, o NIT e a Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica do Ceará (Redenit-CE) estão trabalhando na transferência desta tecnologia para o mercado, a fim de que a vacina possa ser produzida em escala industrial e beneficiar, assim, a população.
 

 

Contatos: Profa. Isabel Guedes, no telefone 3101.9822