Pesquisa da Uece mostra como baratear preço e melhorar a qualidade do queijo coalho

27 de julho de 2016 - 14:21

Estudo recebeu financiamento do Governo do Estado, através da Funcap

O queijo coalho faz parte dos hábitos alimentares do cearense, destacando-se como ingrediente em diversas iguarias típicas, como do baião de dois e da tapioca. A importância do alimento motivou uma pesquisa que recebeu financiamento do Governo do Estado e tem como objetivos aumentar a qualidade do produto e baratear sua produção.

O pesquisador José Fernando Mourão Cavalcante, professor do curso de Ciências Biológicas da Universidade Estadual do Ceará (Uece), desenvolveu um protocolo de fabricação para o queijo coalho que emprega leite pasteurizado e cultura lática (fermentação) de origem endógena –  composta por micro-organismos presentes no leite cru. Durante o processo de maturação do queijo, a cultura lática é a principal responsável pelas características sensoriais do coalho: o sabor forte, o aroma e a consistência mais rígida.

 

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A pesquisa pode baratear o preço e melhorar a qualidade do queijo, porque no lugar do fermento lático importado (com preço em dólar), o alimento é fermentado por esta cultura lática endógena, considerada um fermento nativo que mantém as características peculiares do coalho.

“Em síntese, é possível produzir queijo coalho artesanal empregando leite pasteurizado e a cultura lática endógena mantendo as características mais apreciadas pelo consumidor, como o sabor e a textura. Além disso, a pesquisa resolveu dois importantes problemas tecnológicos do queijo coalho: a insegurança microbiológica e a ausência de padronização do produto lácteo artesanal”, explica o professor Fernando Mourão.

O Governo do Estado apoiou a pesquisa por meio de bolsas e na ajuda para a aquisição de equipamentos. “O projeto de pesquisa ‘Aprimoramento e Padronização da Tecnologia de Fabricação do Queijo Coalho Artesanal no Ceará’, financiado pela Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), que é vinculada a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), propiciou conhecermos queijarias (locais onde são produzidos queijos) e suas necessidades, além de termos a oportunidade de ofertar minicursos para produtores. Aprendi muitas coisas interessantes nestas visitas e da pesquisa resultaram monografias de conclusão de curso de alunos da Uece e vários trabalhos científicos”, destaca José Fernando Mourão.

 

Valor histórico do coalho artesanal

O queijo coalho artesanal tem seu valor histórico, cultural e nutritivo e representa a gastronomia da região Nordeste e local. “Trata-se de um produto lácteo genuinamente nordestino, de grande aceitação pela população local e pelos turistas que nos visitam. Os queijos mais famosos do mundo e procurados pelos consumidores são elaborados com leite cru de vaca ou ovelha. Portanto, temos que valorizar e defender o nosso queijo coalho artesanal, produzido com leite de vaca cru no Ceará”, finaliza o pesquisador, que busca novas parceiras para aplicar os resultados do estudo.

 

Fonte: Secitece