Pandemia Covid-19 – Fala da Reitoria III

27 de março de 2020 - 10:33

 

Nas democracias, há um contínuo debate sobre a valorização das diferenças, como demonstração da riqueza social, mas as tentações autoritárias intentam transformar diferença em desigualdade, estabelecendo valores e desvalores, para justificar preconceito, desvio, estigma, exclusão, opressão e exploração.

A Uece é composta por comunidades estratégicas para o funcionamento da instituição. Como pode um professor exercer a coordenação de um curso, sem bom apoio de secretaria? Como pode um pesquisador conduzir seu laboratório, sem bom apoio de técnico laboratorial? Como pode o conjunto dos servidores atuar, sem que alguns se dediquem a produzir e implantar as folhas salariais, os pagamentos de investimentos e custeios, o funcionamento das redes elétricas, hidráulicas, sanitárias e lógicas?

Sobretudo, como gestores acadêmicos, servidores docentes e servidores técnico-administrativos podem existir sem os estudantes, razão direta de ser da instituição, como futuros profissionais qualificados, intelectuais criativos e cidadãos críticos? E a razão indireta é o Estado e a Sociedade, regional, nacional, mundial. O que se faz na Uece impacta Fortaleza, Brasília, Santiago de Compostela, Budapeste.

Estudantes, servidores docentes e técnico-administrativos têm direitos iguais como seres humanos, como colaboradores do Estado, de modo permanente ou eventual, e como comunidades internas de uma mesma instituição estratégica. Mas são diferentes quanto à natureza das funções operacionais. Existe, inclusive, por exemplo, um Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos específico para docentes e outro para técnico-administrativas.

Não nos deixemos cair na tentação dos oportunismos e das demagogias. No enfrentamento da pandemia do novo coronavírus precisamos encontrar o equilíbrio entre proteção das pessoas e da instituição, garantindo o funcionamento dos serviços essenciais, com a autonomia dos setores para viabilizar situações singulares. Para isso, contamos com a competência técnica, política e moral de todos, sem distinção das formas de vínculo contratual ou papel específico na missão acadêmica.