Oferta da disciplina de Libras é tema de reunião de professores com o reitor

21 de dezembro de 2012 - 10:26

Da esquerda para a direita os professores Marcos Wedyson, Kátia Lucy, Wyller Cysne, Rodrigo Machado, Jackson Sampaio, Emiliano Aquino, Vanessa Vidal e os intérpretes Jonhathan Souza e Marina Farias

 

 

O Ceará tem cerca de 500 mil pessoas com alguma forma de impedimento auditivo – de leve à mais severa, como surdez. No Brasil estima-se que afete 7% da população. A informação é do vice-presidente da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (FENEIS), Rodrigo Vieira Machado. Rodrigo e mais cinco professores se reuniram com o reitor da Universidade Estadual do Ceará (UECE), na manhã de ontem, quinta-feira, dia 20. O objetivo do encontro foi discutir sobre o funcionamento e a oferta da disciplina de Língua Brasileira de Sinais (Libras) e sobre a representação do professor surdo na sociedade.

 

Segundo Rodrigo, ainda existe muito preconceito, a ponto de a maioria dos alunos ficar espantada quando se depara em sala de aula com um professor com impedimento auditivo. “Não é uma condição de deficiência, mas sim uma diferença linguística”, explica ele, que é professor efetivo da disciplina de Libras da Universidade Federal do Ceará (UFC).

 

O presidente do Conselho da Associação de Surdos, Wyller Cysne, que é professor substituto da UECE e da Unifor, lembrou que agora em dezembro, no dia 22, comemora-se os 10 anos do Decreto Nº 5.626, que tornou a Libras disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores e organizou a formação de tradutores e intérpretes daquela língua visual.

 

Esta conquista, segundo os integrantes da comissão que se reuniram com o reitor, foi resultado dos movimentos sociais. Agora é chegada a vez de ir mais adiante: de se fazer entender a importância da Libras para o Brasil, que o ensino da disciplina deve ser feita por um nativo e fortalecer o ensino de forma presencial.

 

Como qualquer língua, a exemplo de Inglês ou Francês, a Libras é uma língua com necessidades e características próprias. “A perspectiva pode ser diferente para um professor não nativo”, sustentou Kátia Lucy, professora efetiva da UFC e mestre em Educação.

 

Dizendo-se “muito satisfeito em tê-los aqui”, o reitor Jackson Sampaio afirmou que deverá abrir vaga para professor efetivo de Libras em 2013, e que o edital será traduzido para Libras e reiterou sua compreensão de que aquela língua visual não pode ser tratada como as outras.

 

A Libras foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão em 2002, com um sistema linguístico de natureza visual-motora e estrutura gramatical própria, de acordo com a Lei 10.436.

 

Participaram também da reunião Vanessa Vidal, professora do Instituto Federal do Ceará (IFC); Marcos Wedyson, tesoureiro da Feneis e professor substituto da UECE; Emiliano Aquino, professor efetivo da UECE, e os tradutores Jonathan Souza e Marina Farias.

 

Conheça a Lei 10.436 e  o Decreto Nº 5.626.

 

Saiba mais sobre a Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos (FENEIS)