O mais novo graduado da FAFIDAM

17 de setembro de 2013 - 13:14

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Nascido há 76 anos em Sapé, distrito de Limoeiro do Norte, cidade onde sempre morou, José Silvestre da Costa Régis é casado, celebrou recentemente Bodas de Ouro, tem seis filhos homens e duas mulheres, 22 netos e quatro bisnetos. História de vida comum no interior do Ceará. Na verdade, tirante a quantidade de descendentes, é uma história comum em qualquer rincão interiorano do Brasil e não será exagero dizer em qualquer plaga rural do mundo.

A história pode ser comum. Mas seu protagonista não é. Pelo contrário. Homem singular. Melhor, homem plural, de tão marcantes atributos. Zé Régis, como é conhecido, colou grau sexta-feira, dia 13, em Letras, pela Faculdade de Filosofia Dom Aureliano Matos (FAFIDAM), aos 76 anos de idade.

Zé Régis não demonstra muitas emoções. Seu corpo franzino e pequeno, encimado por um rosto de traços finos e uma pele lisinha para quem já caminhou quase oito décadas de vida, move-se com firmeza à mesa onde irá receber seu diploma, em meio ao barulho de apitos e assobios dos outros 74 concludentes, que certamente têm idade para serem seus netos.

É sua segunda graduação. Colou grau pela primeira vez, também pela FAFIDAM, em Pedagogia, em 1978. Foi quando iniciou sua carreira como diretor de escolas. Passou 22 anos na escola Arsênio Ferreira Maia, mais seis na Lauro Rebouças de Oliveira e outros seis no Centro de Educação Presidente Kennedy. Enquanto dirigia escolas, fez cursos de pós-graduação. Um pela FAFIDAM, em Metodologia do Ensino, e outro a distância, em Planejamento em Educação, por uma faculdade baiana. Enquanto estudava e trabalhava, vislumbrava o futuro.

Seu sonho e seu plano era, depois que se aposentasse, fazer outra graduação e se dedicar exclusivamente a pesquisar e escrever livros. Aposentou-se em 2008, “depois de trabalhar 34 anos em educação”, diz Zé Régis. Em dezembro daquele mesmo ano entrou para Letras, com especialização em Português.

Já escreveu um livro “Iracema – Ficção, História e Intertextualidade” e está com outro no prelo, “A lira e a viola”, outro estudo literário que lhe demandou 10 anos de pesquisa, como ressalta, e já tem ideia para o terceiro. “Eu não paro de pesquisar e de escrever”, disse o quase ocotogenário, um dos 75 novos graduandos da FAFIDAM.

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