Grupo de Estudos da Uece faz cartografia social em comunidade rural do Assentamento Maceió

28 de outubro de 2021 - 14:47

O Grupo de Pesquisa e Articulação Campo, Terra e Território – NATERRA, da Universidade Estadual do Ceará, realizou nos dias 16 e 17 de outubro, juntamente com o Instituto Terramar de Pesquisa e Assessoria à Pesca Artesanal (TERRAMAR) e com a Associação dos Geógrafos Brasileiros – Seção Fortaleza (AGB Fortaleza), a etapa de finalização do Projeto de Cartografia Social, intitulado: “Caminho das águas e os impactos socioambientais na vida e no modo de produzir da Comunidade Sítio do Bode (Assentamento Maceió/Itapipoca-CE)”.

Este mapeamento social tratou-se da culminância de uma série de visitas técnicas, diagnósticos, mapeamentos, estudos e reflexões que as instituições mencionadas desenvolveram, conjuntamente, no Sítio do Bode, uma das 12 comunidades que compõem o Assentamento Maceió, localizado no litoral Oeste do Ceará, no município de Itapipoca. Este conjunto de ações, solicitado pela Associação Comunitária do Imóvel Maceió (ASCIMA), vem ocorrendo desde janeiro deste ano, com a finalidade de investigar impactos sociais e ambientais no Assentamento Maceió, mais especificamente, na Comunidade Sítio Bode, em virtude de mudança do curso de desaguamento da lagoa de Humaitá (“Lagoão dos Tucum”), fenômeno geográfico que tem causado escassez hídrica e profundas alterações na disponibilidade de água neste território, promovendo problemáticas socioambientais.

O encontro, que durou um final de semana, objetivou apresentar o mapa e o relatório da cartografia social, produzidos a partir do diálogo de saberes com a comunidade rural Sítio do Bode, e sistematizados técnico-cientificamente por pesquisadores/as das instituições envolvidas no projeto. Estes documentos científicos visão servir ao poder público, como instrumental de apoio para traçar ações que possam mitigar os impactos apontados no estudo. Além do mais, o mapeamento social elaborado, vem subsidiar à comunidade Sítio do Bode, na defesa de seu território e também na perspectiva de cuidados com o meio ambiente.

De acordo com a professora Camila Dutra, coordenadora do Grupo de Pesquisa NATERRA, “a cartografia social configura-se enquanto uma ferramenta técnico/social, construída com e pelas comunidades, favorecendo articulações entre os saberes científicos e populares. Nossa idéia, com tais atividades, é propiciar uma maior compreensão, a partir da perspectiva comunitária, dos problemas que os territórios tradicionais rurais enfrentam atualmente”. A cartografia social configura-se como extensão universitária no NATERRA, envolvendo professores/as/es e estudantes desse grupo de pesquisa.