Goret Chagas: uma lição de vida
26 de novembro de 2009 - 14:51 #Goret
Ousada, criativa, com muita fé e determinação são qualidades que fazem da pequena Maria Goret Chagas, grande em tudo que abraçou. É Artista plástica e integra o restrito grupo de 700 pintores com a boca e os pés existentes em todo o mundo, dos quais 36 estão no Brasil. É graduada em pedagogia, com especialização em Semiótica. Goret veio a Universidade Estadual do Ceará (UECE), nesta quarta-feira, lançar seu primeiro livro “Realize… tudo o que seu coração deseja! além de fazer conferência sobre sua trajetória de vida.
A solenidade aconteceu na Biblioteca Central da UECE, no Campus do Itaperi, e foi aberta pelo Coral Mei, Mei, integrado por 12 crianças sensoriais (surdas-mudas) da Fundação Perpétua Magalhães de Caucaia. Mal a música Oração de São Francisco começou a tocar, o coral, que tem como regente Ângela Câncio, entoou nas mãos de quem não fala a harmonia dos gestos. Em seguida, o Reitor da UECE, prof. Francisco de Assis Moura Araripe, falou da iniciativa da Pró-Reitoria de Extensão (PROEX), em realizar evento dessa natureza, que toca tão de perto a todos. Disse que se deve ter atenção e respeito às pessoas que lutam para viver num mundo tão desigual e que acredita na união de esforços para superar as dificuldades. Lembrou que os exemplos de Goret citados no seu livro são verdadeiras lições de vida e completou: Goret foi à luta e conseguiu superar todos os obstáculos.
Goret apresentou um VT sobre o seu modo de viver e como desenvolve as tarefas do dia a dia. A Fé em Deus é sua companheira desde criança. Só aos cinco de idade deu os seus primeiros passos, que aconteceu na cidade onde nasceu, Divinópolis, Minas Gerais, por ocasião da procissão do Divino Espírito Santo.
Goret falou do menino cearense Rick Mateus Matias de Sousa, nove anos, que ficou tetraplégico depois de ter sido atropelado por uma carreta aos cinco anos de idade, e foi, por ela, iniciado na arte de pintar com a boca. Hoje, Rick, como Goret, pertence à Associação de Pintores com a Boca e os Pés, com sede na Suíça, e recebe mensalmente uma bolsa, em euros, que utiliza para ajudar no seu sustento. Segundo a médica Cristina Rodrigues, que acompanha Rick, na sua própria residência onde está montada uma estrutura de tratamento, Goret veio a Fortaleza, também, para fazer uma avaliação do desempenho de Rick. Informou ainda, sobre a condição para que o menino possa receber a bolsa da Instituição da Suíça: deve pintar sempre e enviar os cartões que produz para associação, os quais devem ser avaliados, selecionados e comercializados.
O publicitário e jornalista Xico Theóphilo, amigo de Goret, esteve presente. Ele pertence à Coordenadoria da Pessoa Deficiente (COPEDEF) da Secretaria de Direitos Humanos da Prefeitura de Fortaleza. Em seu discurso, Theóphilo falou de exclusão e disse: “só vamos ter uma sociedade inclusiva, quando tivermos educação”.
Na ocasião, Alexandre Cassiano de Andrade, aluno do segundo semestre do Curso de Música da UECE, que participou da solenidade como convidado, fez uma demonstração de como utiliza a Tecnologia da Informação, usando os programas “Dos Vox” e “Musibraile” como complemento do aprendizado das disciplinas que estuda.
A solenidade contou com a presença do Vice-Reitor da UECE, Antônio de Oliveira Gomes Neto, Pró-reitores de Extensão, Celina Ellery, de Planejamento, Vladimir Spinelli, de Graduação, Lineuda Murta, e de Políticas Estudantis, João Carlos Holanda Cardoso, da deputada Lívia Arruda, da presidente da Fundação Perpétua Magalhães, Denise Magalhães, do Ouvidor da UECE, professor e jornalista Paulo Tadeu Sampaio, da médica que trata do menino Rick Mateus, Cristiana Rodrigues, convidados, professores, estudantes e servidores.