Faculdade de Veterinária da Uece recebe cientistas do deserto africano do Kalahari

19 de abril de 2012 - 14:47 #

 

Cientistas da University of Botswana do projeto bilateral Brasil/África-CNPq chegam ao Ceará para desenvolver a segunda etapa dos trabalhos voltados para o sem-árido.

 

 

O projeto bilateral entre pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e da University of Botswana (África Austral), voltado para a sustentabilidade alimentar de comunidades rurais situadas em áreas interioranas do Nordeste do Brasil e de Botswana entra em sua segunda fase de desenvolvimento. No período de 19 a 29 de maio próximo,  chegam a Fortaleza, três dos mais prestigiosos e respeitados cientistas da Universidade de Botswana para realizar junto à Faculdade de Veterinária (FAVET) Workshops no âmbito do Programa de Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação com Países da África – PROAFRICA”.

O projeto, que tem como título “Sustentabilidade em Alimentos e Bioenergia em Comunidades Rurais – elaboração de estudos e diagnósticos comparativos no Brasil e Botswana”, é da autoria da Profa. Dra. Déa de Lima Vidal, Coordenadora do Laboratório do Semiárido da Faculdade de Veterinária (FAVET-Uece). Ele está entre os 20 projetos brasileiros selecionados, em 2011, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) para participar do PROAFRICA. Nessa fase da cooperação entre os dois países a viabilização da visita de pesquisadores de Botswana ao Ceará, objetiva principalmente obter uma melhor compreensão da agricultura local e dos sistemas de produção de produtos naturais, inseridos nas economias rurais desfavorecidas dos semi-áridos cearenses.

Os três professores e pesquisadores da University of Botswana que estarão em Fortaleza, no próximo mês de maio, para reunião de trabalho com a Profa. Dra. Déa de Lima Vidal e outros pesquisadores da FAVET são: Mogodisheng Sekhwela, Diretor de Pesquisa e Doutor em Ecologia; Kebadire Mogotsi, membro do College of Agriculture no Campus de Gaborone e Doutora em Fisiologia Vegetal; e Barbara Ngwenya, Diretora do Centro de Investigação Okavango do Campus de Maun, e Doutora em Antropologia Cultural.

Segundo a pesquisadora Déa Vidal, o paralelismo entre o modo de vida camponês do Sertão do Ceará e das populações rurais do Deserto do Kalahari, em Botswana, na África, permite a visualização da convergência estabelecida entre essas duas áreas marginais do planeta. No projeto, estão sendo enfocados os sistemas de conhecimento regional (endógeno) dos produtos florestais não-madeireiros economicamente utilizados e suas interações com outras atividades desenvolvidas por comunidades rurais em seus respectivos contextos sociais. Entretanto, reforça a professora Déa, que o foco maior dessa colaboração reside na busca de melhorias das estratégias que podem ser adaptadas à subsistência alimentar de comunidades que habitam geograficamente áreas desfavorecidas dos dois países.

Estudos apontam que a problemática da desertificação atingiu a partir de 2010 sua máxima importância tal como vinha sendo previsto pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO-ONU). Já em 2000, os prováveis impactos negativos das alterações climáticas levaram estudiosos a reconhecer a escassez de alimentos nas regiões onde se insere o projeto PROAFRICA. Portanto, tal projeto a ser desenvolvido, entre as universidades envolvidas, vai identificar, discutir e elaborar no âmbito de áreas comuns um trabalho colaborativo inter e multidisciplinar que materializará ações conjuntas de pesquisa nos dois países.

 

 

 

Fonte / Contato: Profa. Déa Vidal, (85) 3101-9932