Espetáculo bonito de se ver

20 de maio de 2015 - 16:32

Eles chegaram assustados. Em alguns o medo era tamanho que ficaram ariscos. Muitos deles certamente trazem memórias que doem. Estavam em um ambiente desconhecido. Desde a noite de terça-feira, quando foram capturados, eles não puderam mais passear, namorar, brigar, ficar à toa. E na manhã de quarta-feira foram levados para um prédio cheio de gente. Um respeitável contingente de pessoas que estava ali acima de tudo por amor: uma equipe de médicos veterinários, alunos, funcionários, estagiários de outras faculdades e até uma voluntária juntaram-se na Clínica de Pequenos Animais, da Faculdade de Veterinária (Favet) para castrar 80 felinos do Campus do Itaperi. Era a Campanha de Castração de Felinos do Campus do Itaperi

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Esperando a chegada dos animais

Integrantes do Grupo de Apoio ao Bem-Estar Animal (GABA), voluntárias dos mais variados cursos da Uece, começaram a trabalhar na noite anterior capturando os gatos para que ficassem em jejum. “Estas meninas são verdadeiras heroínas”, disse o diretor da Clínica de Pequenos Animais, professor Odanir Moreira, que liderou a operação de saúde e também cuidado e zelo com os animais que habitam o Itaperi.

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Integrantes do Gaba, que começaram a trabalhar na noite anterior, capturando os animais

As meninas do Gaba chegavam na clínica trazendo os felinos em caixas de transporte próprias. Como em uma linha de produção, estavam todos a postos para executar as tarefas que lhes tinham sido designadas, de acordo com as cinco fases do procedimento de castração: recebimento e pesagem, anestesia, relação com nome para marcação e tricotomia, cirurgia, pós cirurgia.

Na primeira fase, de recebimento e pesagem, estavam a doutora Denise Raymundo e Eveilson Freitas, aluno do último semestre de Veterinária do Instituto Superior de Teologia Aplicada Inta), de Sobral, fazendo Estágio Superior Obrigatório (ESO), na Favet. Na sala, os felinos recebem uma faixa com a indicação do peso e recebem um pré-anestésico. A grande maioria dos felinos pesa entre 1,5 a 2 quilos. É necessario saber o peso para administrar a dose exata de anestésico.

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Dra. Denise Raymundo e o aluno de Sobral fazendo ESO na Favet Eveilson Freitas

Gabriely Girão Lima, Marina Cottini e Maiara Pinheiro são as anestesistas, além da aluna Magda Araújo. Outro aluno fazendo ESO foi designado para esta etapa: Samuel Amorim, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Formada pela Favet, Maiara trabalha em uma clínica particular. Mas na quarta-feira pela manhã voltou ao Campus do Itaperi porque fez questão de participar como voluntária por um belo motivo: “voltar para a casa onde me formei para ajudar”, disse ela.

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Anestesistas Gabriely e Maiara

Gabriely informa que o anestésico para felinos é mais forte do que para caninos porque os cachorros são mais dóceis e eles começam a voltar a si depois de 40 a 50 minutos.

Em uma outra sala, com os animais já totalmente anestesiados, a doutora Lídia Palácio e os funcionários da Clínica Lucileide e Rafael executam a terceira fase: relação com o nome para marcação e tricotomia (raspagem do pelo).

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Lucileide fazendo a raspagem do pelo

De lá o volante Mário Abe, aluno, leva os gatos para o centro cirúrgico, onde estão quatro médicos veterinários em quatro mesas: Geraldo Juarez, Lúcio Bouty, Igor Barroso e Reginaldo Pereira. Está também a postos a anestesista Yanna Passos, para repique, se precisar.

A esterilização de felinos machos é um pouco mais demorada do que a das fêmeas. Enquanto leva-se uma média de 10 minutos para castrar os gatinhos, são 15 para as gatinhas.

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Na fase pós cirúrgica estão as doutoras Meliane Tomaz e Laís Paiva e a aluna Paula Oliveira. É depois da cirurgia que é feita a marcação dos felinos que foram castrados: uma pequena incisão, feita com bisturi elétrico, na orelhinha direita do bichano.

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À tarde, os felinos voltaram para seus lugares de preferência nos mais de 100 hectares do Campus do Itaperi.

A Clínica de Pequenos Animais teve apenas expediente interno durante toda a quarta-feira, dia 20 de maio, para executar com eficiência e segurança a castração dos gatos, voltando a funcionar normalmente no dia seguinte.

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Professor Odanir Moreira, diretor da Clínica de Pequenos Animais e que comandou a campanha de castração

Foi um espetáculo tocante ver todos aqueles profissionais e estudantes dispensarem tanto respeito, carinho e amor àqueles animais que um dia foram rejeitados e abandonados. E é bom que não se esqueça que abandono de animais é crime.

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