Espaço Ekobé passa por revitalização com previsão de retorno das atividades em março
21 de janeiro de 2022 - 11:20
Um espaço em meio a um pouco de natureza, onde é possível relaxar, cuidar, praticar exercícios físicos ou realizar outras atividades voltadas para a promoção da saúde. Um espaço da Universidade Estadual do Ceará (Uece) oferecido à comunidade interna e externa, que tem como principal singularidade de sua atuação as práticas integrativas e populares de cuidado.
O Ekobé existe na Uece desde 2005, com calendário de práticas como massoterapia, reiki, yoga, farmácia viva, constelação familiar, biodança, auriculoterapia, radiestesia, florais, entre outras. “Quando me encontrei em uma crise de depressão, me sugeriram procurar o Espaço Ekobé. Lá, fui muito bem aceita, bem assistida. O Ekobé foi um divisor de águas nesse momento difícil da minha vida. Só tenho gratidão!”, destacou a servidora da Uece, Meyrelane Pessoa.
Reconhecendo essa importância do Espaço Ekobé, a Uece realiza atualmente uma série de ações para revitalização do lugar, com nova cobertura de palhoça, pintura, reboco e reforma elétrica, demandas essas discutidas e planejadas desde outubro de 2021, em reuniões realizadas entre a Reitoria e a Coordenação do Espaço.
“Tivemos, já no final do ano de 2021 a feitura da nova palhoça do Espaço. A ideia é, agora em janeiro, concluir os rebocos e a pintura, além de realizar planejamento para, em março, retomarmos as atividades”, destacou a coordenadora do Ekobé e docente do curso de Enfermagem da Uece, Rocineide Ferreira.
Para o reitor da Uece, professor Hidelbrando Soares, a revitalização é de grande importância tanto para a comunidade ueceana quanto para a sociedade em geral, pois “o Espaço representa uma dimensão de cuidado e de acolhimento na Universidade que queremos fortalecer. As práticas integrativas, contribuindo para a manutenção da saúde física e mental, representam um impacto extremamente positivo na qualidade de vida das pessoas que utilizam o Espaço em busca desse acolhimento. É esse lugar de cuidado que buscamos revitalizar e visibilizar para dentro e para fora da UECE.”
O Espaço Ekobé existe na Uece como forma de ação militante dos movimentos vinculados à Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular e Saúde (ANEPS), com a oferta de práticas disponibilizadas a estudantes, trabalhadores e pessoas das comunidades. Ao mesmo tempo, tem se referenciado como território de formação e práticas de educadores populares atuando, inclusive, em aulas e vivências dos cursos de graduação e de pós-graduação e, também, em agendas políticas que lidam com ações de educação permanente e educação popular em saúde, além de promover processos formativos em algumas dessas práticas assumidas pela Uece e pela Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza, realizando uma espécie de extensão comunitária.
Foram vários percursos formativos que se estruturaram a partir dessa interface da educação popular como orientadora das propostas pedagógicas e do protagonismo dos movimentos sociais que fazem a ANEPS em Fortaleza, alguns dos quais foram se constituindo como processos permanentes certificados pela Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza e pela Pró-reitoria de Extensão (Proex/Uece), consolidando o Ekobé como referência na formação em Reiki, Massoterapia e Farmácia Viva, realizados sem nenhuma forma de financiamento público ou privado e incluindo estudantes e trabalhadores de saúde com a perspectiva de incorporar essas práticas ao Sistema Único de Saúde (SUS) sob o protagonismo popular.
O Ekobé já foi também espaço para realização do curso Permacultura e Ecoconstrução: diálogos com a educação popular em saúde, realizado em 2014, a partir de convênio entre a ANEPS, Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/MS), Uece e Instituto de Estudos, Pesquisas e Projetos da Uece (Iepro). No período, houve também a reconstrução do espaço Ekobé utilizando diversas técnicas da permacultura, tais como: hiperadobe, taipa de pilão, adobe, cob, ferro cimento, teto verde, banheiro seco (bason), entre outras.
Mais recentemente o espaço tem acolhido trabalhadores e gestores da atenção básica e da saúde mental, do município de Fortaleza, para discussão de diálogos e acolhida de pessoas cuidadas nesses serviços. Também tem se estreitado a relação com disciplinas de cursos de graduação e pós-graduação da Uece e de outras universidades do país.
Em 2016, a partir de diálogos com a Proex, a Pró-reitoria de Políticas Estudantis (Prae) e docentes da instituição, foi proposta a criação do Laboratório Ekobé de Cultura, Cuidado e Educação Popular em Saúde, vinculado à direção do Centro de Ciências da Saúde (CCS/Uece), com o objetivo de desenvolver as atividades de ensino, pesquisa e extensão nas áreas do cuidado, educação popular e promoção à saúde, em parceria com os movimentos e práticas que constituem a ANEPS. Segundo a coordenadora, “essa iniciativa reiterou o compromisso do conjunto de sujeitos que fazem o Ekobé e da gestão da universidade, com a manutenção das atividades de cuidado e formação, algumas das quais viabilizadas pelas parcerias com outros espaços, instituições do país”, salientou a professora Rocineide.
Embora diante da pandemia, algumas das atividades oferecidas pelo Espaço Ekobé, agora Laboratório Ekobé, permaneceram virtualmente. A Uece, a partir de sua Administração Superior, reafirma o compromisso com o cuidado e a formação, realizando as reformas necessárias no espaço para acolher cuidadores e cuidadoras, assim como a população que frequenta cotidianamente o lugar.