Crateús deverá se tornar polo universitário da região

13 de fevereiro de 2013 - 18:54

 

Imagine-se uma extensão de terra localizada em uma região amplamente conhecida como uma das mais secas do Estado. Os últimos três anos de estiagem ressaltaram ainda mais a paisagem marrom daquela faixa de terreno à beira da estrada que leva a outras cidades do que o Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece) denomina Microrregião Sertão de Crateús.

 

A microrregião é formada por nove municípios – Tamboril, Novo Oriente, Monsenhor Tabosa, Independência, Quiterianópolis, Ipaporanga, Ararendá, Nova Russas e Crateús – cuja população somada chega a mais de 250 mil habitantes.

 

Com uma população de quase 73 mil habitantes, Crateús é a maior cidade da microrregião e deve se tornar um polo universitário, no que depender dos esforços do prefeito da cidade, Carlos Felipe, que é médico e acaba de iniciar seu segundo mandato à frente do executivo municipal.

 

Para atingir seu objetivo de transformar Crateús em “um centro de ensino superior na região”, como diz, o prefeito intermediou a doação de um terreno de 20 hectares pelo empresário Fernando Cardoso Linhares, crateuense, à Universidade Estadual do Ceará (UECE), para a construção do campus, visto que a Faculdade de Educação de Crateús (FAEC) ainda não dispõe de condições de unir, em um só espaço, os três cursos oferecidos e prover condições para o atendimento de novas demandas.

 

Visando receber adequadamente alunos de outras cidades, será construída uma residência universitária, com capacidade para abrigar 30 estudantes, cujas despesas com água, energia e vigilância serão custedas pela Prefeitura, como ressaltou Carlos Felipe.

 

Crateús vai dispor também de um campus da Universidade Federal do Ceará (UFC) e já conta com uma unidade do Instituto Federal do Ceará (IFCe). Os campi da UFC, do IFCe e da UECE, em pontos estratégicos da cidade, orientarão o crescimento urbano, em acordo com o Plano Diretor. Na saída de Novo Oriente, próximo à entrada do aeroporto, cuja expansão já foi autorizada pelo governo federal, ficará o campus da UECE.

 

Outro legado que Carlos Felipe quer deixar para a região é transformá-la em um polo de agricultura irrigada, com capacidade para seis mil hectares de terra – atualmente são apenas 650 hectares. Para isso, conseguiu, por meio de emenda parlamentar, recursos para a criação de um açude, que será construído pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs).

 

O reitor da UECE, professor Jackson Sampaio; o prefeito de Crateús, Carlos Felipe; a diretora da FAEC, professora Cleia Feitosa , e o empresário Fernando Cardoso Linhares, na sonlenidade de colação de grau.

 

Naqueles 20 hectares de terra seca, esturricada, há dois juazeiros, que marcam precisamente o início e o fim do terreno doado à UECE. Acima está um céu azul que somente zonas de sertão têm o privilégio de ostentar. Há quem consiga ver somente a aridez sertaneja e esmorecer.

 

O reitor da UECE, professor Jackson Sampaio, o empresário Fernando Linhares, e o prefeito Carlos Felipe acreditam que é possível fazer descer o azul celeste para juntar-se com o verde dos juazeiros e a partir daí nascer uma profusão de cores que mude a vida cultural, social e econômica do sertão oeste cearense.