Avião-Laboratório da UECE participa de campanha científica em Alcântara

26 de março de 2010 - 15:47 #

 

 

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), em São Luis, no Maranhão
abrigou a campanha científica GPM 2010 Chuva. O objetivo é estudar a
formação das gotas de chuva de “nuvens quentes”, aperfeiçoar os
modelos de previsão de tempo, além de fornecer estimativa da
precipitação a partir de dados de satélites meteorológicos.

 

O experimento faz parte do programa internacional Global Precipitation
Measurement-GPM (Medidas Globais de Precipitação),
liderado pelas agências espaciais dos Estados Unidos (Nasa) e do Japão
(Jaxa). Instituições de pesquisa do País colaboram com o GPM-Brasil
(http://www.aeb.gov.br/mini.php?secao=gpm), lançado pela Agência
Espacial Brasileira (AEB/MCT), em 2004, para fomentar a participação
brasileira no programa que visa compreender o papel da chuva em nível
global.

 

Alcântara foi escolhida pela facilidade logística do CLA, mas também
porque grande parte da precipitação na região está relacionada à
formação de nuvens quentes, isto é, sem formação de gelo. A
expectativa é de que a melhor compreensão deste regime de chuva
resultará no aperfeiçoamento dos modelos de precipitação com dados
obtidos por satélites em operação e também por aqueles que farão parte
do GPM.

 

A campanha teve o apoio da AEB e organização do CLA e do Departamento
de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). A coordenação científica
está sob a responsabilidade do Centro de Previsão do Tempo e Estudos
Climáticos (Cptec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe/MCT). Mais de 50 especialistas participaram do experimento,
entre técnicos e pesquisadores. Parte do financiamento para a
participação da aeronave foi assegurado pela NASA, através de projeto
do Dr. Walt Petersen, e parte pelo CNPq, através do Projeto CONBINE,
coordenado pelo Prof. Dr. Alexandre Costa.

 

Entre as instituições estrangeiras, integraram a campanha a Nasa,
Colorado State University, dos Estados Unidos e a University of. Bonn,
da Alemanha. Do lado brasileiro, além do Inpe e DCTA, participam o
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), da
Universidade de São Paulo (USP), Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCT), Instituto Tecnológico Simepar, Universidade
Estadual do Ceará (Uece) e Fundação Cearense de Meteorologia e
Recursos Hídricos (Funceme).

 

Os resultados preliminares da campanha serão apresentados em junho
próximo, em Helsinque, na Finlândia, no Workshop Global Precipitation
Measurement (GPM) Ground Validation (Validação de Solo). Os dados
coletados serão discutidos com o intuito de validar medidas de
instrumentos que serão levados a bordo dos satélites do programa GPM.
O projeto prevê sete satélites, está em análise pela AEB a
possibilidade de o Brasil participar do programa com o desenvolvimento
de um satélite, com uso da Plataforma Multimissão (PMM), projeto do
Inpe.

 

Durante a campanha, foram utilizados os seguintes instrumentos: um
radar polarimétrico, do CLA, para medidas de precipitação e de
estrutura de nuvens; um avião Bandeirante, da Uece, para dados sobre
gotas de nuvens; um micro-radar e um radiômetro avançado de
microondas, Admirari, da University of Bonn, radiômetros de microondas
passivo, radar de laser Lidar, GPS, do Inpe, e disdrômetros (para
distribuição do tamanho das gotas de chuva), da Nasa, para compreender
a microfísica das nuvens. A aeronave instrumentada da UECE, principal
equipamento do LAPA-UECE (Laboratório de Pesquisas Atmosféricas da
UECE) teve papel crucial ao realizar medidas de gotículas no intervalo
até 47 micrometros e gotas de chuvisco até 450 micrometros, permitindo
investigar em detalhe a formação da chuva quente no interior das
nuvens.

 

A UECE participou com os professores pesquisadores Alexandre Araújo
Costa (coordenador da missão científica da aeronave), Antônio Carlos
Santana dos Santos, Carlos Jacinto de Oliveira (coordenador do LAPA) e
Francisco Geraldo de Melo Pinheiro, e ainda os  estudantes de Iniciação Científica.