Acessibilidade, interiorização e internacionalização marcam Semana Universitária 2021

1 de dezembro de 2021 - 10:02 # # # # # #

 

O maior evento científico e cultural da Universidade Estadual do Ceará (Uece), em 2021, ganhou novas proporções. A Semana Universitária que antes atendia, principalmente, ao público das regiões onde existem unidades da Uece, agora se espalhou ainda mais pelo Ceará, pelo Brasil e pelo mundo, ampliando espaços para a participação de pessoas com deficiência (PcD).

Acessibilidade

A acessibilidade e a inclusão vêm sendo pautas cada vez mais recorrentes nas discussões e nas ações da Uece, e a Semana Universitária 2021 foi uma grande demonstração dessa preocupação da Universidade. A XXVI SU se tornou muito mais acessível com a forte presença de intérpretes de Libras e de audiodescritores.

De acordo com a coordenadora do evento e pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa da Uece, professora Lúcia Duarte, “a Semana Universitária 2021 foi a de maior acessibilidade, o que é grande motivo de orgulho. Tivemos o trabalho de intérpretes e de audiodescritores em conferências, mesas-redondas, Feira das Profissões, atividades culturais e em minicursos que tiveram PcD inscritas”.

Para dar esse importante passo, a SU contou com o recém-criado Núcleo de Apoio à Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento, Altas Habilidades/Superdotação e Mobilidade Reduzida (NAAI/Uece), assessorado pela professora Marisa Aderaldo.

“Contando com a dedicação de 10 intérpretes de Libras e de dois audiodescritores, estivemos acompanhando os minicursos em que estavam inscritos alunos surdos e cegos. Também acompanhamos, em parceria com a PRAE, a PROEX e a PROGRAD, eventos concorridos, como a Feira das Profissões, a Assembleia Geral de Alunos, os Encontros de Iniciação à Docência (PIBID) e de Residência Pedagógica, a mesa-redonda sobre experiências da monitoria acadêmica e as cerimônias de abertura e de encerramento da Semana”, destaca Marisa Aderaldo.

A gestora, que é também pesquisadora da área de tradução audiovisual acessível (audiodescrição) voltada a pessoas com deficiência visual, ressalta, ainda, a participação do NAAI em atividades do próprio Núcleo, realizadas na Semana Universitária. “O NAAI esteve presente também na oferta de seus minicursos voltados à comunidade para a confecção de ferramentas assistivas artesanais e a divulgação do projeto ‘Lerei pra Você’, uma proposta que visa ao engajamento de toda a comunidade ueceana com capacitação em audiodescrição para voluntários interessados em auxiliar pessoas com deficiência visual”.

Uma das participantes da programação do NAAI foi Renata de Melo, aluna surda do curso de Pedagogia, da Faculdade de Educação de Crateús (FAEC/Uece). Com ajuda da intérprete de Libras Neila Saboia, a estudante salientou que foram minicursos muito bons, com interpretação em Libras. Renata demonstrou satisfação e alegria com a acessibilidade no evento e parabenizou não somente a organização dos minicursos, mas também a instituição.

Episódio acessível também marcante no evento ocorreu quando a intérprete de Libras Amanda Ribeiro mostrou seu lado artístico e apresentou, em Libras, uma poesia de cordel de sua própria autoria.

Interiorização

O formato virtual da Semana Universitária trouxe novos desafios, mas também trouxe grandes conquistas com a possibilidade de outros públicos participarem da programação da SU. O evento geral de 2021 contou com 6.215 inscrições, de 182 cidades do Ceará e de outros estados.

Destes, Fortaleza ainda é a que tem o maior número de inscritos, com 3.541, seguida por Caucaia (201), Itapipoca (195) e Quixadá (189). Foram cerca de 2.619 inscrições no interior do estado do Ceará.

O evento representou uma oportunidade também para outros estados. Foram, aproximadamente, 55 inscrições do Piauí, da Bahia, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte, do Maranhão, do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Minas Gerais, do Pará, da Paraíba, de Roraima, de Sergipe, do Mato Grosso, do Mato Grosso do Sul, de Santa Catarina, de Goiás, do Amazonas e de Tocantins.

Os dados podem ir além, pois, especificamente nos minicursos, houve 7.349 inscrições, número ainda maior do que o de inscritos no evento geral.

“A partir desta edição, a Semana Universitária não será mais a mesma. Vejo a possibilidade de fazer pelo menos parte das próximas Semanas de forma remota. Nos minicursos de 2021 tivemos muita participação, muita capilaridade, tanto no Brasil, como fora do país”, comemorou professora Lúcia Duarte.

Internacionalização

Ampliar a internacionalização da Uece é um objetivo da instituição, não somente para o ensino, mas também para a pesquisa e a extensão. Os minicursos da Semana Universitária tiveram participação de residentes de países como Equador, Bolívia e Peru.

De acordo com a coordenadora geral do evento, os “minicursos na área da Saúde foram alguns dos mais procurados pelo público internacional, sobretudo, sobre suicídio. Outros cursos relacionados à saúde mental e a novas perspectivas de vacinas também foram buscados”, informou Lúcia Duarte.

O tema da internacionalização foi também debatido em mesa redonda da SU, intitulada “Políticas de Internacionalização: integrando redes e ampliando horizontes”, organizada pelo Escritório de Cooperação Internacional (ECInt/Uece). O evento ressaltou a importância da internacionalização como estratégia de desenvolvimento para instituições, alunos e professores.

Apresentação de trabalhos, minicursos e Feira das Profissões

Além da acessibilidade, da interiorização e da internacionalização como resultados de destaque nesta edição da Semana Universitária, a oportunidade de apresentar trabalhos, de participar de minicursos gratuitos e de conhecer a Uece por meio da VIII Feira das Profissões também foram pontos que merecem evidência.

Foram 1.416 trabalhos aprovados para apresentação, sendo 1.351 na modalidade oral e 65 em painel. O evento com maior número de trabalhos apresentados foi o XXX Encontro de Iniciação Científica.

“Tivemos grande participação de nossos alunos de Iniciação Científica (IC). É uma satisfação ver os alunos de graduação e de IC apresentando trabalhos tão ricos. São, em sua maioria, estudantes que participam de grupos de pesquisa, ligas acadêmicas e outros grupos”, ressaltou a coordenadora Lúcia Duarte.

Paulo Victor Monteiro, graduando em Enfermagem e bolsista de extensão da Uece, teve seu trabalho “Desenvolvimento de ações sobre imunização durante a pandemia de Covid-19” apresentado. “Apresentei um estudo sobre imunização/vacinação durante o contexto atual, onde a temática é foco em todo o mundo. Esse trabalho é produto de um projeto de extensão da Liga Acadêmica de Enfermagem em Infectologia, vinculado à Pró-reitoria de Extensão da Uece”, explicou o estudante que acrescentou sua avaliação sobre a oportunidade da apresentação.

“A partir da apresentação, dos resultados obtidos, na Semana Universitária tive a possibilidade de repassar dados relevantes produzidos para a comunidade universitária e propagar a ciência, esta que tem sido tão contrariada ao longo da crise atual que vivemos. Já apresentei trabalhos em edições anteriores, presenciais, da SU e posso afirmar que os espaços de apresentações virtuais preservaram a qualidade das apresentações e a discussão dos resultados científicos. Sem dúvidas, apresentar um trabalho nesta edição do evento foi uma experiência engrandecedora, principalmente considerando a proposta do evento de combater a crise com ciência, tecnologia e inovação. Acredito que tais espaços de apresentação de trabalhos, derivado de produções universitárias, reforçam e consolidam o papel da Universidade em tempos de crise”, salientou Paulo Victor.

Os trabalhos foram também inscritos em outros eventos integrantes da XXVI SU: XXVII Encontro de Pesquisadores, XXIII Encontro PET-MEC, III Encontro PET-Uece, VIII Encontro PET-Saúde, XII Encontro de Iniciação à Docência, III Encontro de Residência Pedagógica, XI Encontro de Extensão, V Encontro de Práticas Docentes e VI Encontro de Estágio Supervisionado.

Quanto aos minicursos, foram 182 diferentes opções que fizeram sucesso no Ceará, no Brasil e no mundo, com maior acessibilidade. Os cursos contemplavam todas as áreas do conhecimento. Alguns exemplos bastante procurados foram sobre acessibilidade, contação de histórias, empreendedorismo, saúde mental, violência contra a mulher, educação física na escola, astronomia, divulgação da Química por podcast e outros.

Samuel Mattos, estudante do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Uece, deu sua opinião sobre os minicursos. “A Semana Universitária 2021 oportunizou um diálogo sobre os diversos saberes, considerando que tivemos diversos níveis acadêmicos participando do curso, o que tornou o diálogo ainda mais rico. Além disso, oportunizou a interdisciplinaridade entre as áreas de conhecimento. Então foi muito proveitoso; pessoas de diversas áreas estavam fazendo os minicursos, contribuindo com as temáticas que estavam sendo dialogadas, e isso acabou fortalecendo a própria Universidade. Também houve participação de outros estudantes, de diferentes instituições. Dessa forma, a Semana Universitária, neste ano, neste formato on-line, realmente possibilitou a ampliação das nossas fronteiras para além da Universidade”.

Sobre a Feira das Profissões, essa foi a primeira edição acessível com intérprete de Libras e realizada em formato on-line, o que favoreceu maior aproximação e integração dos alunos de graduação, professores, coordenadores, diretores de Centros e Faculdades de todos os campi da Uece.

Promovida pelas pró-reitorias de Políticas Estudantis (PRAE) e de Graduação (PROGRAD), o evento teve como público alvo estudantes do Ensino Médio e pré-universitários. Dentre os participantes da Feira, estiveram os alunos do Instituto Filippo Smaldone, que apresentou o evento da Uece aos seus alunos surdos, a Escola Família Agrícola Jaguaribana Zé Maria do Tomé e o Colégio Master. Todos os vídeos da Feira estão disponíveis no canal da Uece no YouTube.