Alunos de Agente de Desenvolvimento Socioambiental (Crateús) conhecem produção orgânica
15 de agosto de 2018 - 10:03
A turma de Agente de Desenvolvimento Socioambiental de Crateús (FIC/Pronatec) realizou visita em julho à propriedade rural do Município que produz alimentos de forma orgânica e sustentável. Segundo a professora Raphaela melo Ribeiro, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer, no local, horta, minhocário, canteiros suspensos, sistema de irrigação, além da criação de galinha caipira, perus e patos.
“Os alunos viram os sistemas de irrigação por gotejamento, aprenderam como é relativamente simples a montagem de um sistema de irrigação, receberam incentivo e apoio caso queiram implantar em suas propriedades e formaram-se parcerias para execução dos quintais produtivos”, ressalta a professora.
Eles ainda viram exemplos de uso de energia alternativa, com painel de energia solar; de implantação de banco de sementes; de fabricação de repelentes à base de citronela; e de produção de remédios naturais a partir de plantas como agrião, malva e hortelã.
A aluna Ediglácia Bernardes da Silva Moreno, 31 anos, conta que foi possível conhecer a produção por meio do sistema mandala, que funciona com uma horta com canteiros circulares e um galinheiro no centro. “É uma família agricultora que sobrevive do que planta”, comenta. Para ela, a atividade reforça e amplia o conhecimento adquirido em sala de aula, “comprovando na prática que é possível vivermos bem em nosso semiárido”.
Já Misael Moreno, 29 anos, afirma que chamou a atenção dele o manejo do solo que permitiu a produção no local. “O local é cheio de pedra e a gente não dá nada por aquele solo. Mas a adubação e manejo são muito importantes. Eles utilizam esterco e restos de folhagem e, assim, melhoram o solo”, explica. De acordo com ele, o curso tem possibilitado uma aprendizagem que poderá utilizar no dia a dia. “Quero futuramente colocar em prática para melhorar a renda mensal”, diz.
O curso objetiva a formação de cidadãos e agentes socioambientais disseminadores de saberes, que tenham ética profissional, compromisso, valorizem sua identidade cultural local e tenham conhecimento sobre o meio ambiente e sustentabilidade.
“Os alunos irão ter conhecimento de manejo da terra, compostagem, reaproveitamento do lixo orgânico, pesticidas e repelentes naturais, agrofloresta, etc., para aplicarem nos seus quintais produtivos; formarão bancos de sementes juntamente com agricultores locais; e criarão uma Associação local chamada Defensores da Natureza de Santo Antônio”, informa a professora Raphaela.
A ideia é que os agentes, no futuro, sejam fiscais da natureza, realizando denúncias e, em parceria com o Município, atuando na causa ambiental, inclusive com palestras sobre o ecossistema caatinga e sua realidade local no semiárido.