Transformação digital alavanca setor de TI e aquece oferta de emprego na área

12 de julho de 2021 - 22:40

A pandemia de covid-19 impôs o isolamento social e modificou a forma de trabalhar das empresas, que aceleraram o processo de transformação digital e aqueceram ainda mais o mercado de tecnologia da informação (TI). Nesse contexto, o cenário hoje é de escassez de mão de obra e de fartura de oportunidades para quem se dedica a se qualificar e se desenvolver profissionalmente na área. Segundo a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais, a Brasscom, até 2024, o mercado de TI precisará de pelo menos 70 mil profissionais a mais. Para falar sobre esse cenário e indicar como se preparar para aproveitar as oportunidades de trabalho, a Funece realizou, na última sexta-feira (9), a mesa redonda “Mercado de TI: habilidades e competências esperadas”, voltada para os estudantes dos cursos Qualifica Mais-Emprega Mais.

O evento, transmitido pelo canal do Pronatec/Funece no Youtube, foi conduzido coordenador do Programa, professor Rafael Lopes Gomes, e teve a participação do gerente executivo da Wipro, Marcelo Barros, do líder de Pesquisa e Inovação do Instituto Atlântico, Alex Monteiro, e do líder técnico e gerente de Infraestrutura da Dell Lead, Flávio Alves. Os palestrantes foram unânimes em dizer que o mercado está cada vez mais aquecido, impulsionado também pela pandemia, e que é preciso ofertar mais do que bons salários para atrair e manter bons profissionais da área, que hoje são disputados por outros estados brasileiros e até por empresas no exterior.

“O mercado de TI do Nordeste vinha crescendo nos últimos anos, pois temos um potencial grande, mas a pandemia de covid-19, com a competição entre regiões e países, a tendência do home office e a entrada das empresas na transformação digital, aqueceu ainda mais o mercado. Hoje, o cenário é de escassez de mão de obra, principalmente no Nordeste”, disse Marcelo Barros. “A pandemia trouxe um leque de oportunidades muito grande para nós. Antes da pandemia, a gente tinha menos de 150 funcionários. Hoje, são 379 pessoas. Nós ainda temos várias vagas abertas e cerca dificuldade para encontrar profissionais. O grande número de vagas também tem influência da concorrência com outros estados, que acabam captando os profissionais cearenses”, acrescentou Flávio Alves.

Nesse cenário escassez de mão de obra e alta rotatividade devido à concorrência entre os mercados, as empresas têm pensado em estratégias para segurar os profissionais. “Nós temos muitas vagas abertas hoje. Temos feito investimentos altos para atrair e manter os profissionais. A gente vê que, atualmente, o salário não é o único atrativo. É preciso oferecer outras coisas. Por isso, uma das coisas que estamos implantando é um programa de aceleração de startups. Também começamos um programa de empreendedorismo interno. Tudo isso para tentar reter o profissional”, contou Alex Monteiro.

Os palestrantes também destacaram que existem oportunidades de trabalho com as diferentes linguagens e nos mais diversos segmentos da área de TI, tendo em vista o processo de transformação digital pelo qual o País vem passando e o cenário fértil para o empreendedorismo. “A gente está vivendo um boom de transformação digital. Vários modelos de negócios têm a tecnologia como meio. Hoje, vivemos em um mundo quem que, a cada minuto, nasce um startup. A demanda está altíssima. A tecnologia é o meio, mas quem faz acontecer as coisas é o profissional que domina as tecnologias”, disse Alex Monteiro.

Ao longo da conversa, os convidados tiraram as dúvidas do público e deram dicas sobre como se preparar para conseguir a primeira oportunidade no mercado e como aproveitar o aquecimento do setor. O vídeo completo do evento está disponível no canal do Pronatec Funece no Youtube.