UECE recebe Embaixador Samuel para debater a politica externa brasileira

27 de agosto de 2018 - 15:34

 

#Nacionalidades
Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães proferiu, dia 22 de agosto no auditório do CESA, a palestra “Política Externa Brasileira: novos rumos e desafios epistemológicos” encerrando o ciclo de seminários “Reflexões sobre o Brasil na ordem internacional” organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas.
Tendo iniciado sua carreira em 1963, Samuel Pinheiro Guimarães Neto desempenhou diferentes funções na diplomacia econômica, em especial na área de integração, quando atuou de forma preeminente na construção dos primeiros acordos Brasil-Argentina da segunda metade dos anos 1980. Depois de ter sido diretor do IPRI nos anos 1990, quando foi incisivo na defesa de uma integração autônoma na América do Sul, exerceu, entre 2003 e 2009, o cargo de Secretário Geral das Relações Exteriores, a mais alta função a que pode aspirar um diplomata nos quadros do serviço exterior. Ao lado de suas exigentes tarefas na Secretaria de Estado, ainda se desempenhou como professor no Instituto Rio Branco, ademais de muitas outras atividades acadêmicas, em diversas instituições brasileiras.
Ao aposentar-se da carreira diplomática em 2009, foi convidado para ser Secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, com status de ministro de Estado, quando elaborou um planejamento estratégico sobre o Brasil em 2022. Seu último cargo na alta burocracia pública foi o de Alto Representante Geral do Mercosul. Pela sua obra publicada, foi agraciado com o Prêmio Juca Pato em 2006.
Em seus 38 anos de carreira, o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães enfrentou os mais variados momentos da vida política brasileira sem perder a coragem nem trair suas convicções. Foi demitido no regime militar da direção da Sudene por resistir à interferência do USAID (United States Agency for International Development) no governo Castelo Branco – e deixou a vice-presidência da Embrafilme no governo Figueiredo durante a crise gerada pelo filme “Pra frente Brasil”, uma crítica contundente à ditadura. No governo Collor, com a política de abertura de mercados, também preferiu se afastar, servindo cinco anos na França. Este ano, o embaixador deu mais uma demonstração de independência ao criticar publicamente a entrada do Brasil na Alca. Como punição, foi exonerado em abril do cargo de diretor do Instituto de Pesquisas em Relações Internacionais (IPRI) do Itamaraty. Com mestrado em economia nos Estados Unidos – onde serviu seis anos como cônsul em Boston e depois como conselheiro da missão brasileira junto à ONU – e autor do livro “Quinhentos Anos de Periferia”, que analisa em profundidade a situação do Brasil no mundo, Samuel Pinheiro incomoda porque sabe o que diz. E faz questão de advertir a sociedade brasileira para a armadilha que representa para o país a criação da Área Livre de Comércio das Américas, a Alca.
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