Ações Afirmativas
Ações Afirmativas do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em História e Letras
O PPGIHL realiza várias ações afirmativas, dentre elas, podemos citar a oferta de vagas pelo sistema de cotas para pessoas negras e povos indígenas. Outras ações podem ser relatadas por atividades de seus docentes, discentes e egressos inseridos nas lutas desses povos em suas comunidades e em seus eventos como forma de ampliar a inserção social, a troca e renovação de conhecimentos. Esta inserção ocorre com a presença de docentes, discentes e egressos do PPGIHL tanto na organização como na participação de eventos.
Relaciono a seguir alguns eventos em que eu e alguns colegas, discentes e egressos estivemos organizando.
Em 2022, como coordenador do PPGIHL, juntamente com um discente do programa, estivemos presentes na I Assembleia dos povos da Nação Kariri do Ceará, com o tema Diáspora Kariri: entre memória e resistência que ocorreu na Escola de Tempo Integral Lions Club, na aldeia Maratoan, na cidade de Crateús-Ce, nos dias 15, 16 e 17 de julho. Na ocasião, compusemos uma mesa-redonda com a temática importante e atual que foi a inserção social da comunidade LGBTQIA+. A mesa promoveu um debate com a participação de jovens indígenas, convidados externos e o PPGIHL.
Em 2024, o PPGIHL participamos da II Assembleia Tapuia Tapuia com o tema Levante Tapuia: rompendo o silêncio, que ocorreu numa escola rural do MST, no Assentamento Canaã, no município de Quixeramobim-Ce, nos dias 14 e 15 de dezembro. Três docentes, uma discente e um egresso do PPGHL compuseram a mesa-redonda de abertura com o debate sobre a inserção dos indígenas na academia. Participaram também do evento mais dois discentes e um egresso que pesquisam temas referentes à cultura, à história e à língua indígenas para escreverem suas dissertações no PPGIHL.
Destaca-se como Impacto social e educacional a troca de conhecimentos para a formação permanente dos discentes e dos pesquisadores do PPGIHL, bem como dos povos indígenas. Dessa forma, podemos relacionar a solidariedade da academia com os povos tapuias da região e a contribuição para o fortalecimento da sua luta pelos seus direitos e pela terra. Destaca-se também a abertura da universidade para acolher e valorizar o conhecimento dos povos nativos e inserir esse povo no ambiente universitário, caracterizando a inserção social.
É relevante o impacto artístico e cultural uma vez que a cultura indígena é colocada em evidência em momentos específicos como as danças, principalmente, a dança do toré, as músicas, o artesanato, as comidas e os utensílios em que se contribui para a preservação e a divulgação das memórias ancestrais e as práticas culturais.
O conhecimento acadêmico levado até as comunidades, soma-se ao conhecimento natural de forma a gerar outros conhecimentos que resultam em impactos científicos e ambientais, pois a relação do indígena com a Natureza e as práticas de lidar com a terra, com as plantas e com o meio ambiente como um todo conduzem ensinamentos diferentes práticas diferente para o conteúdo a ser ensinado na academia.
Outras ações afirmativas que o PPGIHL realizou foi a organização de três eventos denominados Círculos de Palestras do Arquivo Público do Estado do Ceará, que são os seguintes: I CIPAPEC, II CIPAPEC e III CIPAPEC para promover um amplo debate sobre a violência contra as mulheres.
O I CIPAPEC ocorreu nas tardes dos dias 23 e 26 de agosto de 2022, na sede do Arquivo Público do Estado do Ceará-APEC. Teve como tema A violência contra as mulheres: do passado ao presente, em comemoração do Agosto Lilás e o combate à violência contra mulheres.
Foi uma ação organizada pelo Grupo de Pesquisa Práticas de Edição de Textos do Estado do Ceará- PRAETECE, pelo PPGIHL e pelo APEC. O evento visou promover uma discussão sobre as práticas de violência praticadas contra as mulheres no estado do Ceará, tanto no passado, registradas em documentos que compõem acervo do APEC, como no presente em que tais práticas são repetidas abusivamente. O evento constou de duas mesas-redondas com a participação de representes do APEC, docentes e discentes do PPGIHL e delegadas da Delegacia da mulher de Fortaleza.
O II CIPAPEC ocorreu de 6 a 10 de março de 2023, organizado pelo PRAETECE, pelo PPGIHL e pelo APEC. O evento teve como temática Violência e inclusão social, em comemoração da semana do dia Internacional da Mulher. A divulgação e as inscrições ocorreram pelo site https://www.even3.com.br/cipapec2023/ e teve as seguintes parcerias: Secretaria da Cultura do Estado do Ceará- Secult, Serviço Social do Comércio- SESC-CE, Movimento de Valorização e Articulação dos Servidores Estaduais- MOVA-SE, Associação de Arquivistas do Estado do Ceará-ARQUIVE-CE e o Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada-PosLA/UECE. As palestras e mesas-redondas ocorreram em ambientes diferentes da cidade de Fortaleza, como no APEC, na sede do MOVA-SE, no MINIMUSEU FIRMEZA, periferia de Fortaleza, onde o SESC acompanha mulheres em situação de risco.
O III CIPAPEC: ocorreu nas manhãs dos dias 08 e 09 de agosto de 2024. Teve como tema a repetição do I CIPAPEC A violência contra mulheres na história do Ceará: do passado ao presente. Foi divulgado pelo site https://www.even3.com.br/iii_cipapec/.
Foi organizado pelo PRAETECE, pelo PPGIHL, pelos coletivos de mulheres Mulherio da Letras e Lamparinas e pelo APEC. Teve como objetivos promover uma discussão sobre as práticas de violência contra as mulheres no estado do Ceará. Objetivou também fortalecer as parcerias com pesquisadoras sobre o tema, ampliando a função social do APEC, do PPGIHL e da Universidade em estabelecerem conexões com as realidades do passado e do presente.
Ocorreram duas mesas-redondas no ambiente do APEC. A primeira intitulada Mulheres de Ciência – Pesquisando Questões da Violência Contra Mulheres foi constituída por uma egressa do PPGIHL, uma docente do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da UECE, uma Promotora pública do Estado do Ceará e a diretora do APEC. Teve participação de vários servidores e servidores do APEC, discentes de Letras do IFCE de Baturité e outros participantes.
A segunda mesa intitulada Mulheres das Letras – Tecendo a vida em prol da Cultura da Paz e da Não Violência de Gênero por meio da Literatura foi constituída por representes do coletivo mulherio das Letras.
Destacam-se vários impactos ocasionados pela realização desses eventos. A primeira relevância a se destacar é a promoção da inserção social da Universidade, que coloca em evidência o PPGIHL e o grupo de pesquisa PRAETECE por meio da ação de seus membros que realizam pesquisas com documentos do APEC. As atividades atingiram um grande número de mulheres da periferia de Fortaleza que muitas vezes são vítimas de violência de gênero. Toda a programação dos três eventos foi direcionada para o fortalecimento da consciência crítica das mulheres e dos homens diante de situações de violência de gênero, portanto, houve um impacto social e cultural, pois levou a conscientização dos valores dessas mulheres.
As palestras e as mesas-redodas foram conduzidas por pessoas da área do Direito como delegadas que presidem as Delegacias das Mulheres e a Casa da Mulher Cearense, por mulheres acadêmicas pesquisadoras da violência em documentos históricos e em textos literários, por pessoas de movimentos feministas do Ceará e pessoas da área cultural e da literatura o que gerou grandes impactos. Legalmente, podemos ressaltar a formação jurídica dos direitos das mulheres para o fortalecimentos diante de suas realidades e algum abuso; o impacto artístico e cultural ocorre por promover e fortalecer o conhecimento da arte literária e a importância cultural para a formação do ser humana; impacto social por contribuir para inserir essas mulheres da periferia no meio acadêmicos e em ambiente de pesquisa como o Arquivo Público e a Universidade. Podemos destacar a relevância das parcerias como uma forma de fortalecimento e visibilidade do programa (PPGIHL), do grupo PRAETECE e da Universidade (UECE) num ambiente mais amplo do Ceará divulgando conhecimentos e ideias. A universidade sai do seu espaço para adentrar em outros espaços e atingir outras pessoas que muitas vezes se encontram à margens da sociedade como é o caso de mulheres que são vítimas de violência e vivem na periferia de Fortaleza.