Assistentes sociais em novelas: vale a pena ver de novo?
17 de julho de 2013 - 22:55
Se você quer mudar a forma como o serviço social é retratado na TV, comece a se interessar pelo debate sobre a democratização da comunicação no Brasil!
É automático: basta aparecer uma personagem assistente social em qualquer novela da televisão brasileira aberta, que uma enxurrada de e-mails invade as caixas de mensagens do CFESS e dos CRESS, cobrando uma postura das entidades para que o serviço social não seja retratado de tal maneira. “Estão acabando com a nossa categoria”, disse uma assistente social, se referindo a uma personagem da última novela das 21h, da Rede Globo de Televisão, Salve Jorge, que terminou em maio deste ano. “A autora da novela não sabe das nossas atribuições e ainda por cima detona nossa categoria que não é unida. Espero que o CFESS faça algo em relação a isso. Quero uma retratação pública da Glória Perez”, reclamou outra profissional, também sobre o folhetim de horário nobre.
O CFESS já se manifestou publicamente a respeito das retratações feitas em séries e novelas televisivas, inclusive com o envio de cartas e ofícios às centrais de produções das emissoras, embora sem obter quaisquer respostas, mesmo após reenvio dos documentos. Além disso, por serem obras fictícias, as emissoras alegam, sem impedimento jurídico, que as retratações não ilustram efetivamente nenhuma pessoa ou profissão específicas. Ou seja, vão continuar surgindo personagens “assistentes sociais” que, provavelmente, não representarão o serviço social preconizado pelo Código de Ética Profissional e pela Lei 8.662/1993, até que se discuta de fato, a democratização da comunicação no país. E este é o tema desta matéria.
Por que ao invés de reclamar somente sobre a forma pela qual a profissão é retratada, não se questiona a programação da televisão brasileira? Se nossas telecomunicações não fossem dominadas por um oligopólio de um número reduzido de famílias abastadas, talvez você, assistente social, tivesse a oportunidade de assistir a outros programas de televisão e ter até suas reclamações ouvidas. Mas da forma como a coisa está hoje (e já são mais de 50 anos assim, tendo em vista que o Código Brasileiro de Telecomunicações é de 1962), a Globo e outras emissoras vão continuar empurrando sua programação “goela abaixo”, sem qualquer chance de participação popular.
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