Startup de biotecnologia realiza fermentação de 6 meses em até 15 dias
28 de maio de 2018 - 15:39
A Meltech utiliza tecnologia para acelerar processos de fermentação do hidromel e outras bebidas, mantendo a qualidade e sabor. A empresa está em processo de incubação na INCUBAUECE.
A Meltech é uma startup de biotecnologia criada em Mossoró, no Rio Grande do Norte, com o objetivo de potencializar o uso das riquezas geradas no semiárido nordestino. Como o nome indica, a Meltech surgiu utilizando o mel como matéria-prima para produtos de maior valor.
O primeiro produto feito pela startup foi o hidromel – uma bebida alcoólica feita a partir do mel pouco conhecida no país, mas apreciada desde a antiguidade e comumente retratada em produções de temática viking e de época. A bebida é semelhante ao vinho e produzida através da fermentação do mel, processo que a startup reduziu de 6 meses para até 15 dias. “A partir daí, passamos a desenvolver processos fermentativos eficientes para a transformação de produtos de consumo humano com alta tecnologia envolvida”, explica Elias Gallina, biotecnologista da Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O projeto foi iniciado em conjunto com Fernanda Matias, professora da universidade.
O segundo produto feito pela Meltech é o chá fermentado probiótico Kombucha, que também utiliza o processo de fermentação rápida desenvolvido pela startup. A Kombucha é uma bebida natural funcional feita com a fermentação por microrganismos, que produzem vitaminas, ácidos orgânicos e aminoácidos que contribuem com a melhora no sistema digestivo e imunológico. A Meltech produz a bebida com chá mate, o qual torna a bebida menos ácida a partir do próprio processo de pasteurização. “Nós conseguimos estabelecer uma padronização de sabor, melhorar a qualidade e ainda tornar nossos produtos mais acessíveis ao consumidor final”, comenta Gallina.
A startup foi pré-incubada na Incubadora Tecnológica e do Agronegócio de Mossoró, na qual participou de mentorias de finanças e marketing e estabeleceu seu modelo de negócio. Por estar voltada principalmente a exportação, a Meltech participa do Projeto Extensão Industrial Exportadora, iniciativa de capacitação mercadológicas com foco no mercado exterior. “Recebemos mentorias direcionadas para definição de mercados-alvo, estabelecimento de preços, legislações e como negociar com estrangeiros”, afirma Elias.
A Meltech foi transferida para Fortaleza, no Ceará, por motivos estratégicos: a infraestrutura da cidade permite maior agilidade em exportações para os Estados Unidos e Europa. Atualmente, a startup está sendo incubada [em processo de incubação] pela Incubauece, uma iniciativa da Universidade Estadual do Ceará.
“Hoje somos uma empresa de biotecnologia que oferece, através da melhoria de processos fermentativos, produtos que além de agradáveis ao consumo são obtidos de forma sustentável, naturais, livres de traços de agrotóxicos e funcionais. Promovendo melhoria de qualidade não só em produtos milenares, mas também na vida de nossos consumidores”, explica o biotecnologista.
Para o futuro, a startup deseja expandir sua participação no país e no mundo, e consolidar-se como uma empresa exportadora. “Devido à Meltech ser uma empresa de biotecnologia e ter em sua essência a pesquisa e inovação, estamos sempre desenvolvendo novos processos e produtos, o que garante a constante diversificação do nosso portfólio. Algumas ‘spin offs’ já estão sendo pensadas”, finaliza o empreendedor.
A Meltech participará da NVIDIA Startup Village do Silicon Valley Conference. O evento é o maior sobre a inovação do Vale do Silício já feito no Brasil, mas está com ingressos esgotados. Quer ser o primeiro a saber da segunda edição do Silicon Valley Conference em 2018? Cadastre seu e-mail e conheça as novidades da próxima edição em primeira mão.
Fonte: StartSe