Opinião: O Fim da Cultura Organizacional
14 de agosto de 2018 - 09:20
A cultura organizacional tem sido definida como o DNA de uma organização, o “modus operandi” de seu funcionamento, o “jeitão”como as coisas acontecem dentro de cada empresa. Diversos livros e artigos científicos já foram produzidos sobre como criar, manter, quebrar e transformar essa cultura. A frase atribuída a Peter Drucker diz que “a cultura devora a estratégia no café da manhã”. Grandes líderes estão sempre preocupados com o tipo de cultura que sua empresa está formando e como essa cultura pode colaborar para o alcance de resultados duradouros.
Mas em tempos de Revolução 4.0, economia compartilhada, home office, massificação das redes sociais, terceirização e outras mudanças fundamentais no ambiente de trabalho, será que a cultura organizacional vai mesmo continuar a existir?
Você já deve ter lido o texto amplamente divulgado e compartilhado nas redes sociais que diz que “a maior empresa de transportes do mundo (Uber), não possui carros, a maior empresa de aluguel de hospedagem (AirBnB), não possui hotéis…” etc. Mas, além disso, essas empresas não tem mais tantos funcionários, mas sim parceiros, cada um independente, com seu próprio jeito de atuar em seu carro ou casa, apenas submisso a um corpo reduzido de regras para manter o nível de qualidade e padronização dos serviços. Pense ainda nas universidades, hospitais, empresas de consultoria e outros ramos de serviços. A maioria dos Professores, Médicos, Consultores e prestadores de serviço não são mais exclusivos de uma corporação, mas sim prestadores de serviços para mais de uma instituição. Embora ele procure se adaptar a cada uma com determinados padrões, sua “cultura organizacional” não é diversificada, mas a cultura dele aprendendo a lidar com a cultura dessas empresas.
Não haverá mais uma cultura organizacional, um DNA, um “modus operandi”, mas um alinhamento por objetivos, onde essas organizações entrarão em um acordo conjunto sobre o melhor modelo de explorar cada oportunidade de mercado de maneira personalizada e temporal.
Todo esse cenário me faz pensar em um futuro diferente. Sai de cena a cultura organizacional. As organizações serão mais enxutas. Os hoje chamados colaboradores, que já foram no passado empregados, funcionários, etc., serão agora parceiros de negócios, cada um como uma organização independente. As grandes empresas se tornarão grandes “joint ventures” focadas em explorar oportunidades, mas não necessariamente subordinadas entre si. Serão parceiras de outras entidades em outras oportunidades simultaneamente. Não haverá mais uma cultura organizacional, um DNA, um “modus operandi”, mas um alinhamento por objetivos, onde essas organizações entrarão em um acordo conjunto sobre o melhor modelo de explorar cada oportunidade de mercado de maneira personalizada e temporal.
Desta forma, o elo entre as pessoas deixa de ser a cultura e as empresas passam a atrair seus parceiros por três fatores: Propósito, Qualidade das oportunidades oferecidas e retorno adequado. Por outro lado, os parceiros serão selecionados em relação a dois critérios: Contribuição oferecida para os resultados e alinhamento com os valores e propósito da organização contratante.
Nesse novo capítulo da história do mercado de trabalho e da sociedade, os donos do capital, os empreendedores, os líderes, os parceiros e inclusive os consumidores assumirão papéis completamente diferentes na cadeia de consumo… assuntos para outros textos…
Autor: Derson Lopes
Fonte: Linkedin