7 desculpas esfarrapadas que acabam com a inovação
18 de setembro de 2019 - 09:04 ##Inovação #Incubauece #UECE # 7desculpas
Embora os conceitos para aplicação de inovação não sejam nenhuma novidade, uma vez que foram estruturados de forma relevante em 1990 com a criação do manual de Oslo, o termo começou a ganhar corpo nas organizações somente nos últimos anos, ocupando um espaço maior nas agendas de reuniões mais estratégicas.
Surgindo como esboço em modelos de gestão que acreditam na disrupção como um caminho para enfrentar os novos desafios impostos pelo mercado, cargos como CIO (chief innovation officer), gerente de inovação ou qualquer termo designado para um líder de inovação são encontrados mais facilmente em grandes e médias empresas. O que é natural, uma vez que as pequenas precisam “arrumar a casa” antes de investirem em inovação.
Os desafios de inovação são diferentes para empresas de portes diferentes. Diversas marcas buscam acelerar suas iniciativas de inovação aberta, como por exemplo: Fiat, Embraer, Coca-Cola, Braskem, Harley Davidson, Philips, McDonald’s e 3M. Canais de inovação aberta e crowdsourcing, como Innocentive e Ninesigma são cada vez mais utilizados para conectar seekers (buscador de soluções) e solvers (solucionador de problemas). Mas, o que buscamos com tudo isso? Segundo Sérgio Gualdi Ferreira da Silva Filho, fundador da Innomotion Consultoria em Gestão da Inovação, a inovação está aí, e é extremamente necessária para o avanço das empresas e da sociedade. Mesmo que isso seja evidente, algumas pessoas e organizações ainda inventam desculpas para não inovar. Confira abaixo as 7 desculpas esfarrapadas que acabam com a inovação, segundo Sergio Filho:
1. Inovação é para os grandes: Qualquer empresa pode e deve inovar, mas para tanto é necessária certa maturidade em relação às práticas de gestão. É preciso estar com a “casa em ordem” para estruturar e iniciar atividades de inovação, sob a pena de perder o controle e inviabilizar o avanço de tais iniciativas.
2. Inovação é para quem tem dinheiro: Inovação não demanda elevado aporte financeiro, mas demanda de tempo investido na estruturação de um processo adequado e na capacitação das pessoas dedicadas ao tema. Além disso, para inovar, a empresa deve ter disposição para correr riscos e aceitar o erro como parte do processo.
3. Inovação depende apenas de P&D: Muitas empresas não possuem um setor específico focado em pesquisa e desenvolvimento, mas inovam com a consolidação de um processo que permita estabelecer os desafios aderentes à sua realidade e criar, bem como testar possíveis soluções.
4. Inovação e qualidade são coisas antagônicas: Qualidade e inovação têm objetivos distintos, mas interdependentes. Uma cuida para que se faça muito bem feito o que precisa ser feito hoje para manter o negócio, e a outra busca criar o futuro, desenvolvendo projetos com variáveis voláteis que não podem ser padronizadas até atingirem o nível de maturidade para implantação.
5. Não temos pessoas criativas na empresa: Todos somos criativos, mas na maioria das vezes, as empresas não se preocupam em construir um ambiente e uma cultura que valorize a criatividade como um input da inovação. Na verdade, muitas empresas matam a criatividade de seus colaboradores. E infelizmente isso é o que mais vejo no Brasil atualmente pela falta de entendimento do que é e para que serve de fato a inovação por parte dos gestores.
6. Não precisamos de inovação, estamos indo muito bem: As coisas mudam, os mercados mudam, e o que a empresa faz hoje talvez não seja o suficiente para que ela ainda esteja competitiva amanhã. Cuidar do core business atual é importante, mas começar a pensar no futuro e explorar novas oportunidades também é relevante.
7. Nosso mercado é tradicional e não comporta inovação: Todos os mercados comportam inovação e os mais tradicionais apresentam oportunidades ainda maiores para inovar. A inovação não está ligada apenas a produtos, serviços e processos. Há uma gama de áreas nas quais uma empresa pode inovar, seja melhorando a experiência do consumidor ou encontrando uma maneira diferenciada de cobrar pelo seu produto ou serviço.
Chega de desculpas, não é verdade? A inovação depende de pessoas, de processo e de ação. Que tal pensar um pouco no futuro e começar a colocar a mão na massa para construí-lo?
Fonte: Época Negócios, em 18 de setembro de 2019, às 06:00.