BioHealing, empresa incubada na INCUBAUECE, vence o Prêmio FINEP de Inovação 2025 na Região Nordeste
11 de dezembro de 2025 - 13:35
Jéssica Castelo Branco Fernandes

Os pesquisadores Rodrigo Vieira, Fábia Karine (coordenadora do projeto) e Érika Patrícia Chagas estiveram presentes na premiação (Foto: acervo pessoal)
A BioHealing, empresa incubada na Incubadora de Empresas da Universidade Estadual do Ceará (INCUBAUECE), alcançou um marco histórico para o ecossistema de inovação cearense ao conquistar o Prêmio FINEP de Inovação 2025 na Região Nordeste, uma das mais importantes e disputadas premiações de ciência, tecnologia e empreendedorismo do país. O reconhecimento coloca a empresa entre as iniciativas mais promissoras da área biomédica no Brasil e consolida o avanço do projeto BioMembone, liderado pela pesquisadora Fábia Karine Andrade, também agraciada este ano com a Medalha Niède Guidon, concedida ao melhor projeto comandado por mulheres.
A BioHealing, spin-off da Universidade Federal do Ceará (UFC) e atualmente incubada na UECE, tem se destacado pelo desenvolvimento de soluções acessíveis e de alto impacto social na área da saúde. Seu principal projeto, o BioMembone, propõe a criação de um biomaterial nacional, bioativo e reabsorvível, voltado à regeneração óssea guiada em Odontologia — técnica utilizada em fraturas complexas e reconstruções para implantes.
A tecnologia apresenta um diferencial expressivo: pode ser até 100 vezes mais barata que materiais importados, com custo estimado de cerca de R$ 7, enquanto kits tradicionais variam entre R$ 2 mil e R$ 5 mil. Além de reduzir drasticamente o custo do tratamento, o produto tem potencial para ampliar o acesso de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), diminuir a dependência de fornecedores estrangeiros e reduzir gastos hospitalares.
Se aprovada na última fase de validação clínica, a solução poderá ser utilizada no recém-criado Hospital Universitário do Ceará, representando mais um avanço para a integração entre ciência, inovação e políticas públicas de saúde.
Em entrevista ao Opinião Tech, Fábia Karine destacou o compromisso social que motiva o projeto:
“O BioMembone veio de uma necessidade do mercado brasileiro: produtos acessíveis para as pessoas mais carentes, que dependem do Sistema Único de Saúde. Hoje, os materiais utilizados nessa técnica são extremamente caros e altamente dependentes de importação.”
Além do impacto tecnológico e econômico, a iniciativa reforça a importância da diversidade na ciência e na inovação, trazendo o protagonismo feminino para o centro das discussões sobre desenvolvimento de novas tecnologias em saúde. Fábia ressalta que a presença de mulheres no setor não é apenas representatividade, mas uma estratégia essencial para ampliar a visão sobre problemas reais e soluções inovadoras.
A história da BioHealing também evidencia o papel das universidades como motores da inovação disruptiva no país. A startup nasceu a partir de uma pesquisa de doutorado na UFC, evoluiu para o mercado e agora segue sua jornada dentro da INCUBAUECE, fortalecendo o caminho entre pesquisa acadêmica e impacto real na sociedade.
Com insumos 100% nacionais, tecnologia própria e potencial de escala, o BioMembone se destaca como uma solução capaz de transformar o cuidado em saúde, reduzir complicações clínicas e ampliar o acesso a tratamentos avançados — especialmente para populações mais vulneráveis.
A INCUBAUECE parabeniza a equipe BioHealing por esse reconhecimento de grande relevância e celebra o avanço de mais uma empresa incubada que leva inovação cearense para todo o país.