Seminário de Física: “Os viajantes do tempo de Hawking”.

23 de março de 2018 - 19:57

 

 

 

 

No dia 04 de Abril de 2018, a coordenação do curso de Física da UECE-FECLI estará promovendo o V encontro do evento “Seminários da Física”.

Na ocasião teremos a palestra com o prof Celio Rodrigues Muniz, intitulada: OS VIAJANTES DO TEMPO DE HAWKING: NÃO PARTÍCULAS TAQUIÔNICAS E A MENSAGEM NA GARRAFA DO FUTURO.
Local: Laboratório de Ensino e Estudos em Astronomia – LEEA
Horário: 16 horas.

 

RESUMO

 

OS VIAJANTES DO TEMPO DE HAWKING: NÃO-PARTÍCULAS TAQUIÔNICAS E A MENSAGEM NA GARRAFA DO FUTURO

 

O físico britânico Stephen Hawking, que nos deixou no último dia 14, aos 76 anos de idade, declarou certa vez que viagens no tempo não eram possíveis, pois se assim fossem, estaríamos sendo visitados por hordas de turistas vindos do futuro. Esta afirmação, ao se considerar os preceitos da Teoria da Relatividade Restrita (TRR), leva em conta o fato de que viagens para o passado implicam observadores se deslocando com velocidades superiores à da luz no vácuo, c, o que seria em princípio uma impossibilidade. De fato, a TRR não proíbe essas velocidades, e sim a ultrapassagem da barreira que esta velocidade representa.

 

Assim como partículas materiais não podem atingi-la e muito menos ultrapassá-la (ou seja,v menor que c), partículas hipotéticas denominadas táquions sempre possuem v maior que c, não podendo, portanto, desacelerar para velocidades inferiores. Tais partículas, entretanto, devem possuir massa de quadrado negativo, e, assim, são expressas por números imaginários. Por outro lado, há dez anos foram propostas outras exóticas entidades microscópicas denominadas não-partículas (unparticles, em inglês), às quais não é possívelatribuir-se uma massa bem definida.

 

Na verdade, podem possuir todo um espectro de valores de massa, e detêm uma propriedade fundamental chamada invariância (ou simetria) conforme, isto é, as equações de movimento que as descrevem são invariantes por transformações de escala nas coordenadas espaciais e no tempo. As únicas partículas conhecidas que compartilham dessa invariância são justamente aquelas de massa nula, como o fóton.

 

Este seminário procura lançar e discutir a ideia de que os viajantes do tempo de Hawking seriam na verdade sinais enviados do futuro para o passado por meio de táquions, por civilizações bastante avançadas que estão no nosso futuro distante, e que estes sinais podem de alguma forma estar influenciando eventos atuais, talvez até nossos pensamentos e propósitos!

 

 Aproveitamos uma ideia do amigo e colaborador de Hawking, o matemático Roger Penrose, que propôs recentemente que civilizações avançadas situadas em nosso passado remoto poderiam ter enviado sinais eletromagnéticos (fotônicos) que, devido justamente à sua invariância de escala, atravessaram sucessivas contrações e expansões experimentadas pelo nosso Universo (sendo a última das quais a que se iniciou com o big bang).

 

Os sinais que Penrose teorizou podem estar inclusive codificados na Radiação Cósmica de Fundo em Microondas, presentemente observada e medida com bastante precisão. Já os sinais taquiônicos vindos do futuro aqui propostos podem ter sido enviados na forma de não-partículas, os quais são igualmente preservados devido à mencionada invariância, de modo que mudanças na escala do Universo ao longo de sua evolução não os teriam afetado também.

 

Necessário então se faz detectar esses sinais e interpretá-los corretamente.O maior de todos os desafios seria, portanto,encontrar a garrafa lançada no vasto oceano cósmico pelos seres inteligentes do futuro e extrair a sua preciosa mensagem.