Estudante com Síndrome de Down é aprovada no Vestibular da UECE para o curso de Pedagogia.
5 de abril de 2019 - 17:04
05 de Abril de 2019 13:39

A UECE/FECLI, orgulhosamente, parabeniza sua mais nova aluna, a jovem Moliny Késsya Freitas de Abreu, e aproveita a oportunidade para parabenizar também a todos os outros alunos portadores de necessidades especiais. Aprovada no último vestibular da instituição para o curso de Pedagogia, a estudante, que tem Síndrome de Down, é vista como um grande exemplo de superação e determinação ao lograr êxito no exame de seleção (seu primeiro vestibular), fazendo, assim, história ao se tornar também a primeira aluna com Síndrome de Down da universidade.
A Síndrome de Down
A síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção de uma criança. As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população.
As pessoas com síndrome de Down têm muito mais em comum com o resto da população do que diferenças. Se você é pai ou mãe de uma pessoa com síndrome de Down, o mais importante é descobrir que seu filho pode alcançar um bom desenvolvimento de suas capacidades pessoais e avançará com crescentes níveis de realização e autonomia. Ele é capaz de sentir, amar, aprender, se divertir e trabalhar. Poderá ler e escrever, deverá ir à escola como qualquer outra criança e levar uma vida autônoma. Em resumo, ele poderá ocupar um lugar próprio e digno na sociedade.
Aprovação no Vestibular
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Em entrevista com a Tv Diário, a irmã de Moliny, Mônik Kely Freitas de Abreu, que é professora do Liceu de Iguatu, fala sobre a surpresa e reação da família ao saber da aprovação de sua irmã no vestibular e também sobre o bom desempenho obtido no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). “Embora ela tenha tido um bom desempenho tanto no ENEM quanto no vestibular da UECE, não deixa de ter sido uma surpresa, a gente que tá na sala de aula vê muitos casos de alunos que já zeraram a redação, que já zeraram alguma disciplina e que não conseguiram ingressar na faculdade, mesmo tendo um bom acompanhamento, mesmo tendo um bom preparo, às vezes o aluno não está num dia legal… e aí, quando ela fez o ENEM veio a primeira surpresa: uma boa pontuação na redação. Quando ela chegou em casa, nós perguntamos se ela tinha entendido o tema, ela disse que sim e eu me surpreendi, porque geralmente são temas muito complexos e, para o vestibular da UECE, uma nova supresa foi o fato dela ter feito uma redação louvável. Ela se preparou muito bem, infelizmente a gente não teve como acompanhar esse último ano de escola dela, eu estava grávida e minha mãe estava doente, então, ela mesma fez o cronograma de estudos, ela mesma marcava o que estava sendo estudado e tudo mais, então, foi realmente uma surpresa muito grande. Ela diz que quer fazer o curso de Pedagogia para alfabetizar o meu filho Samuel que nasceu agora, disse que a intenção é essa (risos).”, conta.
Já o vice-coordenador do curso de Pedagogia, o professor Pedro Claesen, fala sobre os novos desafios que serão enfrentados para garantir que ela tenha seu direito à educação assegurado. “Nosso maior desafio junto à instituição será garantir as condições necessárias para que ela tenha um bom aprendizado e para que tenha seu direito à educação assegurado plenamente. Nós já estamos negociando com a reitoria para que aja algumas articulações internas para que alguns estudantes e leitores acompanhem e deem o aporte necessário. Pra gente é um motivo de muito orgulho e devemos continuar na luta para que a educação a cada dia seja mais inclusiva, que ela sirva de exemplo né, para várias pessoas que acham que não têm condições, ou mesmo a sociedade que ainda tem muito preconceito com as pessoas que têm algum tipo de deficiência, alguma síndrome, como a Moliny, reforço novamente que nós (instituição), ao longo desses quatro anos, não mediremos esforços para garantir que ela tenha um ótimo aprendizado e tenha assegurado, plenamente, seu direito à educação.
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Na UECE/FECLI, por enquanto, existem dois projetos de extensão voltados à inclusão social, um dos projetos cujo título é “Educação especial: tecendo saberes e buscando caminhos na formação inicial e continuada de professores de ciências e biologia.” inclusive é de autoria de uma das irmãs de Moliny, a professora universitária Môngolla Keyla Freitas de Abreu. O outro projeto intitulado “Mobilização e fortalecimento da EJA no município de Iguatu” é de autoria do próprio vice-coordenador do curso de Pedagogia, o professor Pedro Claesen, ambos voltados à inclusão e com projetos pedagógicos inclusivos. A FECLI reconhece que muito há a se fazer e pede a toda a comunidade acadêmica a mobilização necessária para que, juntos, consigamos uma educação equânime e de qualidade para todos.
21 de Março: Dia Internacional da Síndrome de Down
O “21/03” foi inteligentemente escolhido porque a Síndrome de Down é uma alteração genética no cromossomo “21”, que deve ser formado por um par, mas no caso das pessoas com a síndrome, aparece com “3” exemplares (trissomia). Essa ideia surgiu na Down Syndrome International, pelo geneticista da Universidade de Genebra, Stylianos E. Antonorakis, e foi referendada pela Organização das Nações Unidas em seu calendário oficial, sendo comemorado pelos 193 países da ONU.
Essa data visa chamar a atenção especialmente das pessoas pouco informadas sobre as capacidades das pessoas com a Síndrome de Down e conscientizar a sociedade sobre a importância da luta pelos direitos igualitários, o seu bem-estar e a inclusão dos portadores de Down na sociedade. Para isso, escolas e instituições aproveitam para promover algumas atividades, como: palestras e workshops sobre a Síndrome, peças de teatro e campeonatos esportivos com a participação de pessoas portadoras de Down e caminhadas/corridas solidárias para divulgar as campanhas de formação da criança com Síndrome de Down.
A Síndrome de Down não é uma doença, e não impede, de maneira nenhuma, que o indivíduo tenha uma vida social normal. Hoje em dia, por lei, a criança portadora de Down tem que ser matriculada em escola regular, junto com todas as outras crianças. Além do fato de essa convivência ser extremamente saudável para todos, é a conduta mais eficiente para o aprendizado pedagógico – que se torna um pouco mais demorado devido àquele terceiro cromossomo, mas acontece.
Este ano, o Movimento Down teve como tema “ninguém fica pra trás”. A campanha deste ano tenta explicar como a falta de conhecimento sobre o potencial das pessoas com Síndrome de Down faz com que essas pessoas sejam deixadas para trás, de acordo com o movimento Down. O objetivo é inverter esse cenário e não deixar ninguém para trás.
Saiba mais sobre o movimento down no Brasil e no mundo, clicando aqui.
Saiba mais sobre os projetos de extensão da FECLI voltados à inclusão social, clicando aqui.
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Fontes:
http://www.movimentodown.org.br/sindrome-de-down/o-que-e/
http://www.uece.br/noticias/proex-divulga-resultado-das-selecoes-de-bolsas-de-extensao-e-de-iniciacao-artistica/
http://www.movimentodown.org.br/2019/03/tema-do-dia-internacional-da-sindrome-de-down-2018-ninguem-fica-pra-tras/
https://www.seduc.ce.gov.br/2019/04/02/estudante-com-sindrome-de-down-egressa-do-liceu-de-iguatu-e-aprovada-em-pedagogia-na-uece/
Assessoria de Comunicação da UECE/FECLI
assecom.fecli@uece.br
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