Curso de Audiodescrição é oferecido pela Uece

17 de dezembro de 2018 - 12:06

 

A Comissão Permanente de Acessibilidade e Mobilidade das Pessoas com Deficiência (CPAcesso/Uece), em parceria com o Laboratório de Tradução Audiovisual do Centro de Humanidades (CH/Uece), oferece o I curso de Audiodescrição.

Sendo a audiodescrição uma forma de traduzir imagens, o curso tem como objetivo capacitar a comunidade da Uece para contribuir com a inclusão da pessoa com deficiência visual, cega ou com baixa visão.

As inscrições para seleção já estão abertas e seguem até 4 de janeiro. Os interessados devem procurar a Pró-Reitoria de Planejamento (Proplan), no Campus Itaperi.

A seleção acontecerá em 12 de janeiro, com exercício de redação descritiva. As aulas acontecerão todos os sábados, das 8h às 12h, com início em 2 de fevereiro e término em junho de 2019.

Mais informações: 85 3101-9667 ou cpacesso@uece.br

 

Saiba mais

Historicamente, a humanidade sempre conviveu com a existência de pessoas com deficiência, mas as medidas sociais e legais de proteção, propriamente ditas, são recentes e têm sido resultado de muita luta.

Em um passado mais remoto, a deficiência, fosse qual fosse, era tratada como castigo divino, o que justificava cruéis medidas de exclusão, de abandono e mesmo de eliminação física que se aplicavam a essas pessoas. Posteriormente, passou-se da eliminação à segregação, reunindo-as em instituições hospitalares, interessadas mais na reclusão e no isolamento social.

Ao chegar aos dias atuais, a sociedade passou a rejeitar a ideia de segregação para incorporar a ideia de inclusão social e de empoderamento, e um importante divisor de águas foi a ocorrência das duas grandes guerras mundiais, momento em que muitos soldados voltavam incapacitados e mutilados, apresentando deficiências adquiridas de locomoção, audição, visão, além de transtornos mentais, a exigir urgentes medidas afirmativas.

A criação de organizações mundiais como Organização das Nações Unidas(ONU), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e outras, significou um grande avanço, em âmbito internacional, para criação de programas de assistência, cujo maior desafio está escrito nas linhas da Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, que proclamou a dignidade humana como valor fundamental e de responsabilidade de todos. Em consequência desses programas, as políticas de segregação passaram a ser condenadas para dar lugar à ideia de inserção e inclusão social, em todos os âmbitos: lazer, cultura, trabalho, educação e vida familiar.

A partir de então, algumas metas foram esboçadas, sendo o ano de 1981 declarado como Ano Internacional das Pessoas Deficientes. A Assembleia Geral da ONU declarou, também, o decênio de 1983 a 1992 como a Década das Nações Unidas para as Pessoas com Deficiência. Em 1999, a Organização dos Estados Americanos editou a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, também conhecida como Convenção da Guatemala.

Em 2001, a Organização Mundial de Saúde reviu o critério de classificação de deficiência, que até então era pautado em critério biométrico e relacionado apenas ao indivíduo, e passou a adotar um novo parâmetro que estabelece a interação da pessoa com seu ambiente físico e social. Dessa forma, a deficiência deixa de estar relacionada à pessoa para estar relacionada à sociedade, que não promove os meios necessários para recebê-la.

Condizente com essa nova percepção, o documento internacional Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, em 2006, foi firmado pelo Brasil, em 30 de março de 2007, e ratificado pelo Congresso Nacional mediante Decreto Federal n. 6949, de 25 de agosto de 2009.

Em 06 de julho de 2015, o parlamento brasileiro aprovou a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) n. 13.146, “destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania”.

É nesse contexto de evolução da sociedade que também a escola é chamada a participar, dos níveis iniciais ao nível superior, para garantir não apenas a entrada dessas pessoas, mas também sua permanência e saída com êxito, sem constrangimentos e barreiras.

A Universidade Estadual do Ceará se junta a esse desafio permanente para a conquista de uma sociedade justa e nenhum tipo de barreira e a CPAcesso promove, em parceria com pesquisadores do Laboratório de Tradução Audiovisual (CH/Uece), o primeiro Curso de Audiodescrição (AD), em nível de iniciação, cujo objetivo é capacitar professores, alunos e servidores para contribuir com a inclusão da pessoa com deficiência visual, cega ou com baixa visão, mediante  a tradução da informação visual em informação verbal.

O ambiente universitário clama urgentemente pela reunião de esforços concentrados, sobretudo neste momento em que a chegada de novos alunos mediante a política de cotas nos coloca diante de nosso compromisso com a cidadania.

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Fonte: Assessoria de Comunicação da UECE