COMUNICAÇÃO NA EXTENSÃO RURAL

Em sua obra Extensão ou Comunicação?, o educador e filósofo Paulo Freire abre
um painel sobre a discussão das relações sociais entre o homem do campo e os profissionais
das ciências agrárias para o aspecto “aplicabilidade da extensão rural” que tinha por premissa
à difusão dos chamados “pacotes tecnológicos” da revolução verde, alinhados com políticas
de crédito rural para modernização do campo, sendo uma extensão rural excludente e de
caráter hierárquico onde não era oportunizado o diálogo entre os extensionistas e os
agricultores camponeses. Caberia apenas ao agricultor camponês seguir as regras e normas
impostas pelas ações de extensão até então. Freire observa que as ações de extensão rural
necessitavam ser ampliadas por canais de diálogos que fossem mais horizontais e
pedagógicos, onde o educador aprende com o educando e o educando aprende com o
educador, numa dialética de conhecimento mútuo e de valorização cultural.
Neste sentido, os alunos do curso de Medicina Veterinária da Universidade
Estadual do Ceará (UECE), dentro da disciplina de Sociologia e Extensão Rural, foram
incentivados a elaborarem cartilhas temáticas para os agricultores camponeses, tendo por
base as propostas pedagógicas de Paulo Freire. Em alusão a citada obra – Extensão ou
Comunicação? – este livro apresenta-se como um marco no processo de ensino da sociologia
e extensão rural, onde a aplicabilidade dos conhecimentos veterinários e interdisciplinares
estiveram presentes na elaboração das cartilhas temáticas, sendo um instrumento
incentivador no processo para a construção de uma extensão para o meio rural que seja cada
vez mais equitativo, igualitário e sustentável.
Tenham uma boa leitura!
Aderson Martins Viana Neto
Everton Nogueira Silva