Aula Aberta: Composição e arranjo na música instrumental brasileira com Léa Freire

11 de outubro de 2019 - 17:14

O Laboratório de Música do Porto Iracema das Artes e o Curso de Música da UECE convidam todos os alunos e a comunidade artística do Ceará para uma Aula Aberta com Léa Freire: “Composição e arranjo na música instrumental brasileira”.

Data: 16 de outubro de 2019 (quarta-feira), às 10h00, no Auditório do Curso de Música da UECE – Bloco F – Campus do Itaperi.

Aberto a alunos e não alunos da UECE.

Léa Freire, flautista, pianista, compositora, arranjadora, empresária, inicia os estudos de piano aos 7 anos. Aos 16 anos, ingressa no Centro Livre de Aprendizagem Musical (Clam), fundado pelos integrantes do grupo Zimbo Trio. Estuda piano, violão e flauta. Conhece diversos músicos, como Nico Assumpção, Cláudio Celso, Filó Machado, Arismar do Espirito Santo, Caito Marcondes e Bocato, com quem convive, aprende e toca.

Grava seu primeiro disco autoral, Ninhal (1997), em parceria com a cantora e violonista Joyce Moreno. Juntas compõem “Samba de Mulher”, “Vatapá” e “Oásis”. O disco também conta com participação da Banda Mantiqueira, liderada pelo músico Nailor Proveta. Em 1998, integra o grupo do saxofonista e flautista Teco Cardoso e viaja em turnê pelos Estados Unidos, apresentando-se no Blue Note, Nova York. Dessa turnê, surge o disco Quinteto (1999).

Em 1997, Léa funda o selo Maritaca, dedicado à produção de música instrumental brasileira. Entre os artistas do catálogo, estão Alessandro Penezzi, Arismar do Espirito Santo, Bocato, Caito Marcondes, Filó Machado, Laércio de Freitas, Mozar Terra (1950), Nailor Proveta, Silvia Goes, Theo de Barros, Vinícius Dorin, Zeli, Banda Mantiqueira, Trio Corrente.

Em 2005, grava com o trombonista Bocato dois volumes dedicados ao repertório brasileiro, Antologia da Canção Brasileira, arranjados pela flautista. No disco participam Djalma Lima, na guitarra, Edu Ribeiro, na bateria, Michel Freidenson, no piano, e Sizão Machado, no baixo.

Com a ideia de unir música erudita e popular e criar uma sonoridade sofisticada e brasileira, lança o disco Cartas Brasileiras (2007). Com composições próprias, o álbum tem a participação de músicos da Orquestra do Estado de São Paulo (Osesp) e da Orquestra de Câmara da Universidade de São Paulo (USP), sob regência do maestro Gil Jardim, e participações de Paulo Braga, Paulo Bellinati (1950), André Mehmari, Nailor Proveta, Mônica Salmaso, entre outros. A obra celebra 50 anos da artista e 10 anos do selo Maritaca.

No disco Vento em Madeira (2010), colaboram o saxofonista e flautista Teco Cardoso, o pianista Tiago Costa, o baixista Fernando Demarco e o baterista Edu Ribeiro (1975), com participação da cantora Mônica Salmaso.

Além da carreira artística, Léa ministra oficinas de música por todo o país. Toca e grava com vários artistas, entre eles, Rosa Passos, Arrigo Barnabé, Nelson Ayres, Ivan Lins e Hermeto Pascoal. Em 2002, participa do álbum Jobim Sinfônico, vencedor do prêmio Grammy Latino de 2004, como melhor álbum de música clássica.

Os discos possuem um caráter de estudo da formação instrumental e de repertório. É o caso de Antologia da Canção Brasileira, trabalho produzido em dois volumes, dedicados à interpretação de baladas do cancioneiro nacional. A proposta faz com que o trombone de Bocato adapte-se à sutileza da flauta de Léa. O duo desenha com gentileza a melodia, como em “Folha Morta”, de Ary Barroso (1903-1964), e “Blue Note”, de Filó Machado. Em entrevista, Bocato revela que inspira-se nas interpretações do músico estadunidense Chet Baker (1929-1988) para baladas do saxofonista John Coltrane (1926-1967). O resultado do projeto brasileiro está em 20 canções bem arranjadas e interpretações inspiradas, como em “Pra Dizer Adeus”, de Edu Lobo e Torquato Neto (1944-1972).