Sarau Vivarte integra arte, engajamento e ciência
16 de dezembro de 2020 - 15:44
“Acredito que a universidade pública brasileira tem uma potência imensa.Mesmo com todo estrangulamento financeiro, ela se capilariza e vazam pelos seusdedos ações maravilhosas porque os que fazem a universidade pública não se dobram”(Profa. Olinda Evangelista, para esta reportagem)
“Esta é a maneira de realizar o tripé ensino, pesquisa e extensão direcionado aos problemas sociais e com o compromisso ético e político com as camadas subalternas da sociedade”. Foi assim que a coordenadora do CETROS, professora Erlenia Sobral do Vale, referiu-se ao conjunto de atividades desenvolvidas pelo laboratório nesse ano de 2020 e ao Sarau Vivarte, marcado para ocorrer nessa sexta (18/12/20).
O Sarau Vivarte materializa o slogan da integração entre ciência, arte e engajamento adotado pelo laboratório desde sua criação, em 2004. Para Talita Espósito, estudante de Serviço Social na UECE, “arte e vida acadêmica podem andar juntas, o que não é fácil, pois envolve muito esforço e até dores”. O sarau é “um encontro de artes plurais, é um momento de vida em comunidade, o que nos fortalece como estudante, artista e futuro profissional”, concluiu a bolsista do laboratório.
Para a artista plástica e professora da Universidade Federal de Santa Catarina, Olinda Evangelista, “a ideia do sarau é muito interessante, pois junta pessoas conhecidas ou não, que trabalharam durante o semestre no projeto Ao pé da letra” e em outras atividades do laboratório. “Cada qual contribuindo com seus talentos em torno da difusão da cultura brasileira, da cultura popular”.
Dezoito artistas confirmaram participação, dentre os quais encontram-se escritores, musicistas, cantores, artistas plásticos, atrizes e um criador de artes virtuais. A programação terá início às 18h com a exibição do VI episódio do projeto Ao pé da letra que veiculará a crônica “Servindo histórias na sala de jantar” da escritora potiguar Bevenuta Sales. Após o lançamento do vídeo, artistas se revezarão no palco virtual apresentando prosa, poesia, música, desenho, bordado até as 20h. As peças são de livre escolha de cada participante que contará com até cinco minutos de exibição.
A produção das artes para divulgação foi da assistente social e designer gráfico Richelly Barbosa. A coordenação geral do evento é de responsabilidade do professor Epitácio Macário (UECE) e a mediação será da estudante de serviço social da UECE Mariana Bessa. A expectativa é que o evento seja mais um momento de interação entre comunidade acadêmica, artistas e sociedade na promoção da cultura e da crítica social. “Os livros e outras produções do laboratório são fruto de um denso processo de interação crítica com a sociedade, com ativistas e lutadores. Isso tudo é temperado com humanização e sensibilidade por meio da promoção da arte”, arremata Erlenia Sobral.
Na avaliação da docente, que é coordenadora do laboratório Cetros, o sarau “tem como mérito a formação estética, política e humana. É um despertar para uma estética alternativa que vai além das leituras imediatistas da realidade”. Para o compositor e cantor popular Heriberto Silva, que produz trilhas sonoras para o projeto Ao pé da letra, “é muito importante essa junção das artes populares com a universidade, pois a gente se fortalece para buscar novas perspectivas tanto para o país como para a cultura em geral”.
O balanço do ano é muito positivo para os projetos desenvolvidos por docentes, discentes e ativistas que participam do Cetros. Apesar das dificuldades de financiamento e da própria conjuntura de isolamento social, “o laboratório conseguiu disputar a direção social e política com o projeto hegemônico de universidade baseado no produtivismo acadêmico”, avaliou Sobral do Vale. Para a docente, a crise econômica, social e política brasileira se agravou com a pandemia da Covid-19 colocou novas exigências e dinâmicas para a universidade, o que foi respondido satisfatoriamente pelos integrantes do Cetros.
O laboratório respondeu às novas exigências desse difícil momento, mantendo suas pesquisas e projetos de extensão, além de grupos de estudos e atividades virtuais sobre temas como crise, saúde pública, democracia, mundo do trabalho, universidade pública. “Quando a gente promove atividades artísticas integradas com as de natureza acadêmico-científica, estamos criando condições de socialização do conhecimento e também de alimentação do espírito para enfrentarmos os graves desafios postos pela realidade nacional”, concluiu a coordenadora do laboratório Cetros.
O VI episódio do projeto Ao pé da letra estará disponível a partir das 18h no canal do youtube do Cetros Uece no link
O Sarau será transmitido pelo canal no Youtube e pela página do facebook do Cetros Uece.
https://www.youtube.com/channel/UCipxq9QDosj8xhbXglAliqg/featured