Ustra recusa convite de Comissão da Verdade
27 de abril de 2013 - 09:23
São Paulo. O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, 80, recusou convite para prestar depoimento à Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo, que apura crimes cometidos na capital paulista pela ditadura militar (1964-1985). O convite havia sido enviado a ele, em Brasília.
Como não houve resposta, um assessor do gabinete do vereador Gilberto Natalini (PV), presidente da comissão, entrou em contato por telefone com o coronel reformado na quinta-feira. “Ele atendeu muito educadamente, mas disse que não iria aceitar nosso convite”. Ustra declarou que tudo que ele tinha para falar ele já falou e está contido no livro que ele escreveu.
Ustra é autor dos livros “Rompendo o Silêncio” (1987) e “A Verdade Sufocada” (2006), em que conta sua versão sobre os anos do regime militar. Ele comandou, de setembro de 1970 a janeiro de 1974, o DOI-Codi de São Paulo, órgão de repressão aos grupos de esquerda.
O presidente da comissão, entretanto, não se contentou com a resposta e já entrou em contato com a Comissão Nacional da Verdade, que tem o poder de convocação, para que Ustra seja convocado para depor em uma sessão conjunta dos comitês. “Nós queremos ouvi-lo. Eu insisto em ouvi-lo porque acho que (o Ustra) é uma figura importante no processo”, disse Natalini.
Fonte: Jornal Diario do Nordeste Fortaleza Ceará 27.04.2013