Para sociólogo, programa está distante da comunidade

19 de setembro de 2013 - 12:04

Sociólogo e pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), Luiz Fábio Paiva acredita que a dificuldade em contatar as viaturas do Ronda do Quarteirão demonstra um distanciamento entre o programa e a comunidade. “A população já não tem acesso ao serviço, que apresenta uma deficiência clara. No entanto, este é apenas mais um sintoma de uma política de segurança pública que se afastou muito daquilo que propunha como modelo de controle da criminalidade”, analisa.

Para o pesquisador, a política de proximidade entre Polícia e população defendida pelo Governo do Estado já não é mais reconhecida. “O programa enfrenta um claro desmantelamento em uma gestão que não parece mais tão comprometida quanto antes com o investimento nessa dinâmica de policiamento.”

O presidente da Associação dos Profissionais de Segurança Pública do Ceará (Aprospec), capitão Wagner de Sousa, afirma que a precariedade no atendimento pode ser atribuída ao fato de as viaturas estarem em manutenção ou em ocorrências. “Quando uma viatura é baixada, às vezes não é informado à população que o telefone não está funcionando”, diz.

O capitão descarta a possibilidade de as chamadas serem ignoradas de propósito. “Acredito que seja mais um problema de ordem técnica que má vontade.” Wagner lembra que as viaturas são equipadas com câmeras. “Se um telefone toca e o policial não atende, a central de monitoramento vai identificar facilmente e o policial poderá ser punido.” (Lusiana Freire)

Fonte: Jornal O Povo