ONU diz que Brasil precisa rever a sua política criminal

23 de janeiro de 2015 - 09:47

A reação do delegado do Acnudh ocorreu numa semana na qual morreram oito internos em situações de violência em três estados

 

Ao avaliar os recentes episódios de violência em centros prisionais de vários estados brasileiros, o representante para a América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (Acnudh), Amerigo Incalcaterra, disse ontem que o País precisa rever a sua política criminal baseada “no uso excessivo da privação de liberdade como punição a crimes”.

 

A reação do delegado da Organização das Nações Unidas (ONU), cuja representação sul-americana está instalada em Santiago do Chile, ocorreu em semana na qual morreram oito internos em situações de violência em presídios do Paraná, de Minas Gerais e do Maranhão.

 

“Não é admissível que, no Brasil, a violência e as mortes dentro das prisões sejam percebidas como normais e cotidianas. As autoridades brasileiras devem reagir com urgência para construir um sistema carcerário respeitoso da dignidade humana, com envolvimento de todos os poderes do Estado”, afirmou Incalcaterra. O representante da ONU cobrou apuração “rápida e imparcial” das autoridades brasileiras dos crimes cometidos dentro das cadeias.

 

O pronunciamento fez referência às cinco mortes, sendo duas por decapitações, durante rebelião na Penitenciária Estadual de Cascavel (PR), além dos dois motins que resultaram em dois óbitos, em Minas Gerais, e a 14ª morte, em 2014, no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, na noite de quarta-feira passada. (da Agência Brasil)

 

8 mortes ocorreram nesta semana em presídios de Paraná, Minas Gerais e Maranhão

FONTE: Jornal O Povo