Comissão da Verdade quer que agentes respondam na Justiça por crimes
20 de maio de 2013 - 15:40
A Comissão Nacional da Verdade (CNV) disse ontem que irá recomendar que agentes suspeitos de terem cometido crimes durante a ditadura militar sejam responsabilizados judicialmente. A coordenadora da comissão, Rosa Cardoso, disse que o órgão vai seguir os tratados internacionais que classificam crimes de lesa-humanidade, tortura e assassinato por razões religiosas, raciais ou políticas. Ela descartou a possibilidade de a comissão propor a revisão da Lei de Anistia. “Quem tem que propor isso é a sociedade civil”, argumentou.
Ao divulgar balanço de um ano de atividades, os integrantes da CNV desmentiram a versão de que a prática de tortura tenha sido efetivada em resposta à luta armada contra a ditadura, iniciada em 1969. “A prática da tortura no Brasil como técnica de interrogatório nos quartéis é anterior ao período da luta armada, ela começa a ser praticada em 1964”, disse a historiadora Heloísa Starling.
Foi revelado ainda que a política de extermínio e tortura de adversários políticos da ditadura foi organizada por assessores diretos do presidente da República, oficiais das Forças Armadas. Em 1970, início da escalada de assassinatos, os ministros Márcio de Souza Mello (Aeronáutica), Orlando Geisel (Exército) e Adalberto de Barros Nunes (Marinha) encabeçavam um esquema que tinha o Centro de Operações de Defesa Interna (Codi), comandado pelo general Syzeno Sarmento, como pólo irradiador das ações e operações. (das agências de notícias)
Fonte: Jornal O Povo