HISTÓRIA(S) DO CINEMA DE JEAN-CLAUDE BERNARDET - ENTRE A TEORIA, A CRÍTICA E A HISTÓRIA

ANTONIO ANDRÉ DE MORAIS NETO

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

O trabalho tem como objetivo investigar as reflexões em torno do conceito de História desenvolvidas pelo o professor universitário, ensaísta, pesquisador e crítico de cinema, roteirista e diretor Jean-Claude Bernardet, durante a primeira metade dos anos 1990 em dois trabalhos, que serão considerados dentro de sua trajetória. No primeiro deles, chamado "O Autor no Cinema - A política dos autores: França, Brasil anos 50 e 60" (1994), Bernardet traça uma análise histórico-comparativa acerca do fundamental conceito de autor, na França e Brasil, com o objetivo de inspirar pesquisas sobre cinema que transpassem a questão "nacional". E no segundo, "Historiografia Clássica do Cinema Brasileiro - Metodologia e Pedagogia" (1995), de cunho teórico e metodológico, o autor lança uma polêmica intelectual sobre as formas pelas quais os historiadores do cinema brasileiro têm feito História acriticamente, sem embasamento conceitual que permita que noções como recorte, contexto e origem sejam pensadas para além de uma História tradicional. Analisa-se como este conceito foi concebido a partir do lugar social em que o autor estava inserido, em especial a instituição universitária, pois o primeiro é uma tese de livre-docência, e o segundo é o resultado de pesquisas ligadas à disciplina de Cinema Brasileiro, ambos ligados ao Departamento de Cinema, Rádio e Televisão (ECA-USP). Haverá uma interlocução, quando necessário, em relação a seus estudos históricos "Brasil em Tempo de Cinema" (1967) e "Cinema brasileiro: propostas para uma história" (1979). As problematizações em torno deste recorte devem situar os livros dentro do movimento de renovação da ideia de História dentro dos estudos de cinema nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e França, e posteriormente brasileiros, assim como nos estudos historiográficos, que têm desde os anos 1970-1980, mostrado interesse pelo cinema enquanto campo de reflexão, no intuito de perceber os diálogos que o autor opera a partir de diversos referenciais apropriados.