AINDA SE FALA DE RAÇA: HISTÓRIA, DEBATES, CONFRONTOS E DESDOBRAMENTOS EM TORNO DO RACISMO MODERNO E ATUAL

CÍCERO JOÃO DA COSTA FILHO

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

 

RESUMO

 

Cícero João da Costa Filho[1]

 

         As interpretações brasileiras realizadas pelos inúmeros ensaístas brasileiras na segunda metade do século residiu no elemento raça. Saídos boa parte das faculdades de direito e de medicina estes homens de letras e de ciência analisaram a situação do país nos planos econômicos, políticos e social, tendo por base o conceito abstrato de raça. Formados no bojo maior das teorias do Positivismo, do Evolucionismo e do Determinismo, o conceito de raça foi de fundamental importância para a leitura de Brasil. A supervalorização do conceito de raça ocorreu devido uma série de fatores no Brasil, a mais importante, a questão da escravidão que criava a imagem de um país bárbaro quando comparado aos países da Europa exigindo assim a posição dos ensaístas. Desse modo, raça foi o elemento que norteou o olhar da elite letrada. Conceito negociado, derivado da teia de saberes proveniente do naturalismo europeu a idéia de raça serviu de instrumento na construção do Brasil republicano. Homens como Sílvio Romero, Euclides da Cunha, Oliveira Viana, dentre outros, não se furtaram a suas visões de Brasil. O atraso do Brasil advinha da presença de raças não puras, argumento oferecido pelo Darwinismo Social. Enfim, toda uma argumentação envolvendo a questão racial surge como teoria científica em 1870 na esteira de um processo político que já vinha se desenrolando ao longo da história do país caminhou ao lado de uma noção de raça que concebia negros e índios como inferiores, sendo o Brasil um país atrasado e como contrapartida precisava superar este atraso. Dessa maneira a cultura brasileira, em seus mais variados aspectos sofreu o impacto da idéia de raça buscando sempre a constituição da nação e da identidade do país.

 

Palavras chaves: raça, ensaístas, naturalismo europeu.    

 

 


[1] Bacharel e licenciado em História e Filosofia na UFC e na UECE respectivamente. Mestre e doutor pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. E-mail para contato: cicerojoaofilho@gmail.com