ESTÁGIO EM ENSINO FUNDAMENTAL: A CONSOLIDAÇÃO DA ESCRITA NA ABORDAGEM DOS GÊNEROS TEXTUAISJoão Lucas Gomes Barbosa 1, sacul.gomes@aluno.uece.br , Leniele Oliveira Mota 2 leniele.mota@aluno.uece.br; Renata Barbosa Caxilé 3, renata.caxile@aluno.uece.br; Maria Zenilda Costa 4, maria.zenilda@uece.br.RESUMOEsse estudo se concretizou em uma escola municipal de Itapipoca. Busca-se como objetivo compreender como ocorre o processo da construção da escrita na abordagem dos gêneros textuais com alunos do 5° ano do Ensino Fundamental. Como abordagem da pesquisa-ação colaborativa, fizemos observação, projeto e regência na sala de aula. Pimenta e Lima (2006); Pimenta (2005), Minayo (2009); Brasil (2018) e as Orientações Prioritárias do Ceará (2021) são algumas referências. No processo de aprimoramento da escrita por meio dos gêneros textuais, os resultados permitiram a aproximação com as vivências do estágio, como contribuição indispensável na consolidação da aprendizagem da docência.Palavras-chave: Ensino Fundamental; Escrita; Gêneros textuais.1. INTRODUÇÃO A realização desse estudo surge da disciplina de Estágio Supervisionado em Ensino Fundamental no curso de Pedagogia na Universidade Estadual do Ceará (UECE) em específico, na Faculdade de Educação de Itapipoca (FACEDI). O estudo teve como campo de estágio como pesquisa uma escola do município de Itapipoca, especificamente na turma do 5° ano do Ensino Fundamental. Como objetivo, buscamos compreender como ocorre o processo da construção da escrita na abordagem dos gêneros textuais com alunos do 5° ano do Ensino Fundamental.O intuito desse estudo é compreender melhor como funcionam as propostas pedagógicas que possam instigar ainda mais os alunos no mundo da produção textual, vislumbrando aproximá-los no desenvolvimento da escrita. É possível justificar oobjetivo desse estudo como oportunidade ímpar de aprendizagem da docência, particularmente em tempos de pandemia do Covid-19 na transição entre ensino remoto e presencial. Por ocasião da realização do diagnóstico, as observações das aulas mostraram muito interesse dos alunos pelo assunto, destacando maior afinidade com os gêneros textuais, como possibilidade de aprimoramento no processo de desenvolvimento da escrita.Como caráter educativo escolar, esse estudo agrega grandes possibilidades no aprimoramento da escrita visto que esses alunos de 5° ano são submetidos a uma série de avaliações internas e externas que exige o desenvolvimento de competências no uso da escrita, assim como, a possibilidade dos alunos refletirem sobre tipos de textos é possível construir, como também identificarem a estrutura e gênero textual.2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICAComo momento único, de vivências, reflexões e aprendizagens, o estagiário realiza no decorrer de sua formação como pedagogo essa imersão no campo de ação docente, sendo capaz de observar seu desenvolvimento no decorrer da sua trajetória. De acordo com Pimenta e Lima (2006, p. 06) "[...] o estágio se produz na interação entre os cursos de formação e o campo social no qual se desenvolvem as práticas educativas [...]". Nesse sentindo, notamos o quão fundamental o estágio se faz para o discente, proporcionando uma formação sólida, no sentido de delinear um olhar mais crítico sobre a realidade educacional, no exercício da cultura de análise das práticas. Nessa perspectiva de adentrar no mundo dos alunos e procurar agregar possibilidades de melhoras, esse estudo focaliza o eixo da Língua Portuguesa, que visa "[...] proporcionar aos estudantes experiências que contribuam para a ampliação dos letramentos, [...] a possibilitar a participação significativa e crítica nas diversas práticas sociais permeadas/constituídas pela oralidade, pela escrita e por outras linguagens" (BRASIL, 2018, p. 67-68). Dessa maneira, é possível contribuir por meio da produçãotextual, levando em consideração o processo de escrita como procedimento a ser revisado. Segundo as Orientações Curriculares Prioritárias do Ceará (OCPC), é tido como competência para o desenvolvimento da produção textual "mobilizar práticas da cultura digital em diferentes linguagens, mídias, ferramentas digitais para expandir as formas de produzir sentidos (nos processos de compressão e produção), apreender a refletir sobre o mundo e realizar diferentes projetos autorais." (OCPC, 2020, p. 54). Dessa maneira é possível investir em uma orientação voltada para a expansão da produção textual, no sentido de ver mais possibilidades e valorizar nos alunos seus conhecimentos prévios, a fim de expandir seus repertórios em experiências voltadas para o mundo da escrita. É necessário entender que nesse processo de ampliação da produção textual que o aluno vivencia, no sentido de está começando a produzir seu próprio texto em virtude das possibilidades ofertadas, é que se percebe o desenvolvimento da autonomia da escrita, como algo particular de cada aluno. Assim, cada aluno tem seu tempo e sua maneira de construir a partir de suas aprendizagens, suas reflexões a partir do que consegue identificar ao seu redor. Cabe à docência se apropriar desse conceito processual, amplo e complexo dessa dinâmica de aprendizagem para mobilizar um repertório de saberes criativos e criadores de desafios significativos para produção conhecimentos de autoria textual com crianças e adolescentes. 3. METODOLOGIA Esse estudo se deu por meio da pesquisa no estágio remoto, realizada em uma escola municipal de Itapipoca - CE, no último semestre do ano de 2021. De inicio, foi mantido observações por meio do aplicativo WhatsApp, onde estava ocorrendo as aulas virtuais por conta da pandemia do Covid-19. Dessa maneira, foi mantido quatro dias de observações em que resultaram em um diagnóstico com intuito de agregar para aturma possibilidades e ações que pudessem de certa forma contribuir na aprendizagem das crianças e da nossa profissão docente. Dessa maneira, foi produzido um projeto objetivando compreender como ocorre o processo inicial da produção textual e como esse desenvolvimento corrobora na escrita de alunos do 5° ano do Ensino Fundamental. A partir das referências teórico-metodológicas de Minayo (2009) e Pimenta (2005), realizamos a observação participante em constante interação com professores, gestores, crianças e famílias na sala de aula remota, entre as demais equipes com a professora orientadora, e elaboramos na perspectiva da pesquisa-ação colaborativa. 4. RESULTADOS O Desenvolvimento do estágio mesmo que de maneira remota, oportunizou possibilidades que possivelmente o ensino presencial não teria dado conta. Foi necessário investir mais tempo para uma maior aproximação com os aplicativos digitais, o desenvolvimento de práticas inovadoras, bem como a utilização do lúdico em um formato diferenciado em relação à produção de vídeos, o compartilhamento de uma rotina diária e de certa forma o alargamento da carga horária. Dessa maneira, é possível salientar o profissionalismo dos professores, visto que as aulas estavam ocorrendo de modo remoto e, portanto, o acompanhamento era uma das maiores dificuldades. Nem todos dos alunos tinham integralmente acesso, além de trabalhar ainda mais com a família fortalecendo o elo escola/família, assim como casos de professores terem que ir presencialmente em busca de alguns alunos que não estavamm ou não conseguiam acompanhar as aulas remotas. Como desenvolvimento acadêmico em relação a realização desse estudo, temos o aprimoramento reflexivo em identificar um diagnóstico, além de entender a rotina da turma e compreender que caminhos podem contribuir para uma aprendizagem significativa que venha a pensar ações que fortifiquem no desenvolvimento educativo. Logo, se busca por meio do projeto o aprimoramento da escrita, assim como despertar o desejo e autonomia das crianças em quererem produzir seus próprios textos e, assim,refletirem sobre o meio em que vivem, expressando suas percepções a cerca de determinados temas sociais na qual os mesmo se fazem presentes. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Vivenciar por meio do estágio como funciona a rotina, as práticas de ensino e todas as entrelinhas que circundam a etapa do Ensino Fundamental oportuniza bastantes experiências que já apontam como necessárias para desenvolver uma prática segura, assim experimentar o contexto da sala de aula por meio da pesquisa antes mesmo de estar no magistério. Permite que o discente reflita sobre várias possibilidades, inclusive, entender o que se pode levar dos estágios como necessário e interessante para dentro da sala de aula. Contudo, foi possível conviver com as dificuldades, inclusive o retornar das aulas presenciais, sem as escolas estarem preparadas estruturalmente. Portanto, experimentar como funciona uma turma de Ensino Fundamental com suas particularidades dentro e fora do contexto escolar ramifica uma gama significativa de aprendizados na nossa formação acadêmica.7. REFERÊNCIASBRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.CEARÁ/SEDUC. Orientações Curriculares Prioritárias do Ceará. Fortaleza, 2021.MINAYO, Maria Cecília de Souza (Organizadora). Pesquisa social: teoria, método ecriatividade. (28ª edição). Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.PIMENTA, Selma Garrido, LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência: diferentes concepções. Revista Poíesis, v.3, n. 3 e 4, pp.5-24, 2005/2006. Disponível em: https://www.revistas.ufg.br/index.php/poiesis/article/view/10542. Acesso em: 18/01/2022.PIMENTA, S. G. Pesquisa-ação crítico-colaborativa: construindo seu significado a partir de experiências com a formação docente. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 521-539, set/dez., 2005.