ACESSIBILIDADE VISUAL E EMPODERAMENTO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: AS BOAS PRÁTICAS NO AMBIENTE ESCOLAR POR MEIO DA AUDIODESCRIÇÃO

MARISA FERREIRA ADERALDO

Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

O trabalho apresenta relato de experiência docente, realizado no âmbito da Faculdade de Letras da UECE/ Línguas estrangeiras, e tem o objetivo de chamar a atenção para a importância do professor e seu compromisso com a inclusão social e inserção de alunos com deficiência visual (PcDVs) em suas aulas. Destaca-se a importância da audiodescrição (AD) como ferramenta assistiva, na forma de tradução intersemiótica, modalidade em que as imagens são traduzidas em palavras. Embora essa prática seja imemoriável, e desenvolvida intuitivamente, somente nos últimos anos do século XX passou a ser sistematizada e recebeu a denominação de "audiodescrição", terminologia cunhada por Margareth Pfainstehl, nos Estados Unidos, nos anos 80, para referir-se a uma prática que visa a empoderar as pessoas com deficiência visual e possibilitar-lhes a participação, com autonomia, em uma sociedade altamente multimodalizada. Tem-se como exemplo os textos visuais presentes em livros didáticos e paradidáticos, cuja proliferação de fotografias, gráficos, mapas, desenhos, imagens artísticas e não artísticas, sem a respectiva tradução verbal, transforma certas atividades didáticas em verdadeiros obstáculos que dificultam ou impedem a participação do(a) aluno(a) PcDV. O corpus, extraído do livro didático Aula Internacional de Corpas et al (2005), explora e apresenta o resultado do processo descritivo-analítico desenvolvido por três alunas de Espanhol, na disciplina Projeto Especial I (2014.1), as quais partiram de modelo semiótico desenvolvido inicialmente para a análise e descrição de obras de arte e para a instrumentalização de audiodescritores profissionais (ADERALDO, 2014). A professora-pesquisadora decidiu estender o modelo às imagens artísticas e não artísticas presentes no livro didático para aplicá-lo junto a seus alunos, na perspectiva de estimular o letramento visual de futuros professores e capacitá-los a contribuir com a conquista de uma sociedade mais justa e inclusiva.