Este trabalho tem por objetivo mostrar algumas relações dialógicas na atividade linguageira de duas professoras-estagiárias de Letras/francês, atividade viabilizada pelo quadro metodológico da autoconfrontação (FAÏTA E VIEIRA, 2003), numa perspectiva clínica/ergonômica. Tomamos como corpus os diálogos de autoconfrontação (simples e cruzada) das duas professoras-estagiárias, a partir do filme de uma atividade inicial, e evidenciamos situações em que as protagonistas manifestam uma reflexão crítica e/ou uma reconcepção de sua ação docente, demonstrando a ampliação de seu agir professoral. Considerado princípio diretor e fonte da autocofrontação, o dialogismo (BAKHTIN 2003), que é foco desse estudo. Abordamos algumas noções bakhtinianas essenciais que nos ajudaram no processo de análise, dentre elas, a exotopia. Esse posicionamento exotópico permite à protagonista redescobrir-se e sua atividade. Nesse processo dialógico estabelecido pela autoconfrontação em que as protagonistas realizam uma atividade sobre a atividade, apontamos situações em que é evidente a transformação das estagiárias, por conseguinte um possível desenvolvimento profissional (VIGOTSKI, 2007).