A denúncia da violência simbólica e física sofrida pelas mulheres, bem como a luta por uma igualdade de gênero se concretizou em diferentes produções e alcançou diversos espaços de comunicação. Neste sentido, o facebook passa a ser um importante veículo, não só de divulgação, mas também um novo espaço de auto-organização possibilitando enfrentamentos sobre os temas do feminismo, gênero e violência. Segundo Herbele (2004, p. 106), muitas feministas acreditam que ao se utilizar da linguagem, participam ativamente na construção de significados e é pelo discurso que se pode resistir e subverter esses significados. A ironia, apresentada como estratégia off-record, é facilmente encontrada em situações face a face, como também em interações nas redes sociais. Pensando especificamente em nosso corpus, percebemos que a ironia é utilizada como estratégia de uma polidez superficial, ou seja, viola o princípio do "ser polido". Com respaldo nas categorias de polidez de Brown e Levinson (1987), nas categorias de Impolidez de Culpeper (1996), bem como a mobilização na ironia nos discursos, temos por objetivo analisar as postagens de duas páginas feministas do facebook: Frieda Explica se Precisar Repete; Moça, você é machista. Nota-se que o sarcasmo é uma constância nas páginas elencadas para nosso corpus, e é a partir dessa percepção que buscamos compreender o porque e de que forma o princípio da ironia/sarcasmo é mobilizado nas postagens dessas páginas como estratégia de auto-afirmação do feminismo e de luta contra o machismo.