Este trabalho é um recorte da pesquisa de mestrado "O morfema -eir- no português arcaico (séculos XIII - XVI): uma abordagem cognitivista" e aborda o percurso histórico do sufixo -eir- desde o latim (em sua forma -arius) até o século XIII, abrangendo parte da primeira fase do português arcaico, com base em levantamento exaustivo feito sobre textos desse século, disponibilizados em sites, como o Corpus Informatizado do Português Medieval e a Bibliotheca Augusthana Lusitana . No primeiro momento, listaram-se todas as palavras sufixadas com o referido morfema, chegando-se a mais de 1500 palavras, só no século XIII. No segundo momento, é feita a consulta lexicográfica para auxiliar a identificação dos significados, valendo-se de pesquisa aos seguintes tipos de dicionários e vocabulários: (i) etimológicos; (ii) históricos acerca do período arcaico; (iii) antigos; (iv) modernos, utilizados em último recurso e com muita ressalva. Com os significados atestados, esses são comparados aos encontrados por outros linguistas que investigaram o mesmo sufixo, como Rocha (1998), Gonçalves, Yakovenco e Costa (1998), Simões Neto e Soledade (2014), Marinho (2004), Gonçalves e Almeida (2005), Botelho (2009), Pizzorno (2010), Soledade (2013), Viaro (2006) e Rio-Torto (2008). Feitas as comparações, observa-se se os significados que os variados autores atestaram para o morfema no decorrer da história da língua já se verifica no seu momento inicial, o que corrobora a hipótese de que o fundo semântico-lexical do português arcaico se mantém bastante preservado na língua contemporânea.