O presente artigo tem por objetivo lançar o debate em torno da importância da ação e do discurso para a legitimação do poder e da política, a partir das abordagens de Hannah Arendt. Partindo da concepção arendtiana, entendemos que o homem se torna um ser político através do uso das palavras em seu discurso. Pretendemos aqui, sem querer esgotar o debate, defender que o homem, quando inserido no contexto da pluralidade, só pode ter significado em sua ação na medida em que puder exercer o discurso entre seus pares. Esse discurso faz do homem um ser único entre seus iguais, um ser distinto. O uso da violência gera o silêncio caracterizando, desse modo, uma atividade apolítica, uma vez que não permite ao outro o direito de se manifestar. Concluímos que a política passa por uma crise na modernidade e que a sua recuperação deve se dar pelo uso da ação (práxis) e do discurso (léxis) no espaço público, portanto é necessário ocupar a esfera pública, voltar a cuidar da pólis. Para tanto, apoiamos nossa argumentação no pensamento de Hannah Arendt. Esse trabalho elegeu como metodologia a pesquisa bibliográfica, de base exegética na busca de uma contextualização conceitual para o tema.