A TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA DE TEXTOS VERBAIS PÓS-COLONIAIS AFRICANOS
CLAUDIA REGINA RODRIGUES CALADO
Co-autores:
Tipo de Apresentação: Oral
Resumo
A literatura pós-colonial africana, que vem se fortalecendo desde a década de 60, inicialmente advogava uma revolução social e celebrava as reconstruções nacionais possíveis após a derrota do regime colonial. A partir de então, foi sendo desenvolvida uma expressão literária que busca re-escrever e re-inventar a África do passado e do presente. Diante disso, têm-se uma abundância de escritores e de falares que extrapolam as fronteiras geográficas de seus respectivos países e ecoam suas vozes pelo mundo inteiro, produzindo literaturas autênticas que se expressam num hibridismo entre as línguas francas, conquistadas e herdadas no período da colonização, e as autóctones, com toda sua riqueza linguística. Nesse amplo contexto, pode-se dizer que a tradução provoca um novo tipo de hibridismo, dessa vez através da relação entre textos originais e traduzidos. Entendendo que a tradução é responsável pela atualização, propagação e adaptação de uma cultura de partida dentro de uma cultura de chegada, propomos, através desse projeto, traduções intersemióticas de textos literários pós-coloniais africanos como uma maneira de difundir ainda mais essa literatura e estimular sua maior visibilidade dentro do contexto cultural brasileiro. A tradução intersemiótica, nomenclatura criada pelo linguista russo Roman Jakobson, é uma estratégia tradutória em que há a transposição de textos verbais para outros não-verbais (cinema, artes plásticas, teatro etc.). Apresentamos, portanto, como objetivo desse trabalho a realização de obras não-verbais (sejam elas audiovisuais, pictóricas, teatrais ou musicais) baseadas em textos verbais pós-coloniais africanos como forma de propor produtos de resultado final híbrido, que possam suscitar no fruidor brasileiro um maior interesse pela literatura e pela cultura africana.