Charles Perrault, imortalizado por criar uma literatura de cunho popular que agradou ao público infantil e contou também com a aprovação dos adultos, foi o pioneiro ao registrar o conto Le Petit Chaperon Rouge disponibilizando ao leitor uma narrativa complexa e peculiar. Adotamos para essa pesquisa a corrente crítica Formalismo Russo, com foco na particularização da obra desenvolvida por Chklovski para analisar quais os aspectos contidos em Le Petit Chaperon Rouge, da versão francesa, que proporcionam o estranhamento ao leitor. Possivelmente, esse estranhamento chancela-a como obra de arte confirmando a importância da desautomatização através do estranhamento, quando o leitor deparar-se com a obra. Como técnica de pesquisa, utilizaremos uma abordagem metodológica bibliográfica qualitativa para que possamos pontuar claramente as peculiaridades no conto de fada analisado. Acredita-se então, que tais aspectos como o canibalismo, o erotismo e o final sangrento da obra analisada, proporcionam o estranhamento ao leitor, por serem características incomuns nos contos de fadas populares e por despertarem novas intensidades, percepções e interpretações ao leitor.