Ao longo de sua formação histórica, a Língua Portuguesa vem sofrendo constantes modificações, que são motivadas por fatores de natureza interna ou externa. A primeira se refere às mudanças linguísticas, em que as ocorrências estão intimamente relacionadas ao aspecto estrutural das palavras; a segunda, de caráter extralinguístico, decorre do uso da linguagem nas mais variadas situações comunicativas dentro de uma comunidade linguística. Este trabalho tem como objetivo analisar a simplificação da linguagem mediante o processo histórico ou diacrônico da construção verbal no tempo futuro do presente do indicativo no livro "Levítico". Para o propósito deste estudo, utilizamos a pesquisa bibliográfica, em que coletamos e comparamos dados de três versões da Bíblia Sagrada - 1950 (versão clássica), 1990 (Edição Pastoral) e 2014 (Nova Versão Internacional). A escolha do corpus (Bíblia) é devida a sua popularidade que prevalece mesmo com o passar dos tempos, permitindo que leitores de diferentes classes sociais compartilhem a informação de forma igualitária. O estudo tem como suporte teórico Martelotta (2011), por se tratar de uma obra com ênfase para a observação e detalhamento dos aspectos morfossintáticos envolvidos no processo evolutivo da língua e ainda pela preocupação em mostrar os fatores sociais como objeto motivador de tais mudanças; Oliveira (2010), por tratar da análise cuidadosa das mudanças ocorridas no pronome em posição de objeto (objeto direto anafórico), aspecto que contempla o nosso estudo. A partir da análise do corpus, percebemos alta frequência de mudanças no tempo verbal analisado, apontando para uma estrutura simplificada, de maneira que tais ocorrências constituem uma redução na forma escrita, certamente resultante da redução (fonética) oriunda da linguagem em uso.