O presente trabalho tem como objetivo investigar na linguagem de mulheres idosas, moradoras na cidade de Capistrano, interior do Estado Ceará, a motivação como estas denominavam os objetos e/ou utensílios caseiros, quando jovens, analisando, também, como o meio sociocultural está intrinsecamente ligado à motivação pela qual essas mulheres denominavam e/ou conheciam objetos de uso cotidiano costumeiros de seu tempo. O método filológico das Palavras e coisas e o Onomasiológico são as bases da fundamentação teórica deste trabalho, pois ambos levam em consideração a relação do ser humano com o ambiente em que vive e como isso influencia na denominação das coisas. A metodologia da pesquisa que faz parte do arcabouço teórico, com os métodos filológicos citados, foi realizada através de duas entrevistas com duas mulheres idosas, acima de setenta anos, que vivem em Capistrano. Nas entrevistas (realizadas separadamente) foram perguntadas: quais objetos/utensílios de casa que as entrevistadas conheciam e/ou possuíam na época de sua mocidade; para que eles serviam e se elas possuíam informações sobre a motivação para a denominação de tais objetos. A análise dos resultados revelou que as idosas se lembraram de uma quantidade razoável de objetos/utensílios que fizeram parte de suas atividades diárias na época de sua juventude, apesar de elas não saberem supor a possível motivação de todas as denominações, como a da "quartinha", "ancoreta", "girau", "alguidar", "bornal" entre outras. Através do levantamento das denominações populares dos objetos caseiros que as idosas possuíam quando eram jovens - entre os anos de 1960 e 1970 - e de suas utilidades, procuramos investigar aspectos do léxico popular da língua que fez parte da cultura regional de Capistrano, Ceará, procurando resgatar a linguagem e a cultura do povo daquela época.