A linguagem verbal se configura como principal modo semiótico da comunicação humana, tendo em vista que é através dela que são concretizadas as relações sociais, possibilitando a vivência das experiências humanas cotidianas. Portanto, a descrição teórica de como a língua materna se desenvolve é crucial. Dentre as teorias que descrevem o desenvolvimento da língua materna, destacamos no presente estudo bibliográfico, a Linguística Sistêmico-Funcional (LSF), que possui o linguista britânico Michael Halliday como um dos precursores. A LSF trata a língua como potencial de significados que viabilizam a interação por meio de variadas instâncias textuais exercendo sua função na amplitude do contexto de cultura e na particularidade do contexto de situação. Este trabalho tem como objetivo discorrer sobre a Hipótese Ontogenética Hallidayana, cuja intenção é descrever o desenvolvimento da língua materna no indivíduo humano através de três fases. A referida hipótese é baseada em uma investigação longitudinal sobre a aprendizagem de como significar, ou seja, como o bebê começa a produzir significado/linguagem em sociedade. Para tanto, a metodologia consiste em levantamento bibliográfico, análise e comparação de textos produzidos por estudiosos a exemplo de Halliday e Matthiessen (2004). Com base nesses autores, está consolidada a fundamentação teórica do estudo em questão. Desta forma, os resultados pretendem demonstrar que os enunciados expressos pelo bebê acontecem através de microfunções (fase I) e macrofunções (fase II) até chegar às metafunções (fase III), que decorrem do desenvolvimento lexicogramatical, tornando a capacidade de significação vasta e ilimitada. Esperamos que o presente estudo de cunho funcionalista possa contribuir para o enriquecimento a título de informação da comunidade discente, pesquisadores e professores que trabalham com desenvolvimento/aprendizagem de língua materna ou línguas adicionais.