Este trabalho busca pensar a essência da poesia em Martin Heidegger a partir de uma leitura da poesia de Hölderlin. Tem como fonte de pesquisa o ensaio Hölderlin e a essência da poesia de Heidegger. Elaboramos em conjunto com essa pesquisa uma tradução, ainda não existente no português, deste texto. Nele, Heidegger busca pensar a essência da poesia como um nomear inaugurante, um vir-a-ser do não adveniente à adveniencia. Portanto, em confronto com a tradição filosófica-estética-poética, que identificou a essência da arte, do poético ou pela sua forma em versos, ou por seus conteúdos, ou, como na maior parte dos casos, por sua relação com o belo, seja ele o belo sensível, inteligível ou espiritual. Para este, a essência da poesia, da poiesis, está em sua relação com a verdade (essa sendo pensada com des-velamento, nascimento, acontecimento). O poeta, guardião da linguagem, é aquele que por meio da escuta cuidadosa do mistério do que ainda não é, doa, através de sua linguagem nomeadora, o inaugural, o extra-ordinário, tirando o homem do que Heidegger chama da decadência do habitual.
Assim, buscaremos relacionar a leitura desta conferência heideggeriana com outras obras do autor como: A Origem da obra de arte, Cartas sobre o Humanismo, Poetas em tempo de indigência e Ser e Tempo. Além de confrontar o dito pelo filósofo com o dito pela tradição acerca da poesia, da linguagem e do homem.
Por fim, apresentaremos nossa tradução feita da conferencia Hölderlin e a essência da poesia. Onde de forma bastante modesta tentamos dar um impulso a esse campo de pesquisa trazendo uma tradução simples de uma conferencia fundamenta a questão da arte em Heidegger e que na nossa língua portuguesa ainda não possuímos uma tradução.