EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: CONHECER PARA PRESERVAR

ANTÔNIO ROBERTO SOARES CAVALCANTE

Co-autores: IGOR ALVES MOREIRA
Tipo de Apresentação: Oral

Resumo

Este trabalho apresenta um relato de experiência metodológica de natureza histórico-educativa, realizada na Escola de Ensino Fundamental e Médio Ministro Jarbas Passarinho com alunos do 2º e 3º ano do Ensino Médio, em Sobral-CE. A intervenção foi feita por bolsistas do programa PIBID do curso de História da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA. Ancorados nas ideias da Educação Patrimonial, os referidos acadêmicos sentiram a necessidade de trabalhar nesta escola a relação dos alunos com suas heranças culturais, a fim de estabelecer um significativo relacionamento destes com os bens materiais e imateriais. Objetiva-se destacar a educação patrimonial como um mecanismo fundamental para sanar ou minimizar a falta de conscientização das comunidades sobre a importância da preservação de seus bens culturais. Pretendeu-se, também, contribuir para o fortalecimento e/ou aprimoramento do ensino de história local, pois, partiu-se da hipótese de que a prática de educação patrimonial e do ensino de historia local na escola básica brasileira, na atualidade, carece de uma maior sistematização. O corpus da pesquisa foi desenvolvido a partir de relatos dos alunos e professores sobre a metodologia histórico-educativa apresentada pelos acadêmicos. A realização de oficinas para além dos muros escolares veio ampliar os objetivos das mesmas, visto que alunos e professores tiveram a oportunidade de refletirem sobre suas ações e práticas sociais de preservação patrimonial. Como método de pesquisa foi utilizado oficinas interativas e estudos bibliográficos que enfatizam os principais aspectos das concepções e fundamentações relacionadas à realidade do ensino de educação patrimonial. As oficinas de patrimônio foram realizadas em cinco momentos, onde foram trabalhados os conceitos de patrimônio, bens culturais, tombamento, entre outros aspectos. Através de discussões teórico-metodológicas recentes da historiografia, juntamente com a realidade prática do ensino de educação patrimonial foi possível perceber o quanto o patrimônio de cada um e de todos ganha significado nas práticas sociais; o reconhecimento do bairro como patrimônio da coletividade, bem como da própria escola como patrimônio gerou inquietações entre os alunos. Assim, a visita dos alunos guiada pelos acadêmicos ao Centro Histórico de Sobral, a Casa do Capitão-Mor, Museu Dom José e Museu do Eclipse possibilitou ir muito além do documento escritos e das imagens dos livros didáticos. Com o desenvolvimento da oficina evidenciou-se a carência de conhecimento dos alunos sobre os conceitos voltados a patrimônio e sobre história local, o que evidenciou problemáticas no que diz respeito ao distanciamento da socialização de alguns bens da cidade por parte de seus habitantes. Muitos nem sabem que existem estes bens patrimoniais e que eles os pertencem. Através da oficina e da visita ao Centro Histórico foi possível revelar que a memória da paisagem citadina que era vista a princípio com estranheza e distanciamento por parte dos alunos passou pertencê-los na medida em que iam (re)conhecendo a importância dos bens (culturais e arquitetônicos). A proposta de investigação gerou o sentimento de pertencimento de cada um e de todos os envolvidos nessa experiência.